Bolsonaro ainda está em lua
de mel com o eleitorado. Mas, até quando? Eleito com 55,2 milhões de votos, a
positiva opinião pública foi balançada no primeiro mês no poder com as
movimentações financeiras suspeitas de seu filho e senador eleito, Flávio
Bolsonaro. Justo um Governo Eleito com um estridente discurso de combate à
corrupção.
A principal trincheira
comunicacional do clã Bolsonaro são as redes sociais. Então, são delas que vêm
o (des)sabor das opiniões da massa – opositores agitados e apoiadores com
mal-estar fizeram as menções negativas superarem as positivas sobre o novo
ocupante do Planalto.
Então, como anda a inserção
do bolsonarismo na sociedade? Vamos resumir e recordar as 13 principais teses
defendidas pelo presidente nos seus discursos e o apreço da opinião pública:
Com base nelas, podemos repartir três grupos de bolsonaristas:
1.
heavy (ou
intensos, são os que concordam com pelo menos 9 das 13 teses e representam 14%
da população brasileira,);
2.
Medium (ou
medianos, concordam com 5 a 8 teses e representam 55% da população) e;
3.
Light (ou
leves, são os 31% da população que defendem no máximo 4 teses do presidente).
INTERPRETAÇÃO:
·
A maioria da população rejeita a maior parte dos temas. Isso
pode dar um descompasso entre o representante e seus representados. O Brasil é
conservador, mas há tópicos da agenda que são bastante questionáveis e pouco
factíveis.
·
A principal atitude do presidente até agora foi o decreto das
armas, mas os brasileiros não concordam com essa liberação, 68% discordam dela.
Então Bolsonaro está priorizando nas primeiras semanas uma agenda que é a dos
seus eleitores mais fiéis, que são 14% (os heavy), e se esquecendo das maiorias
(Medium e Light).
·
A população ficou muito mal informada durante a campanha porque o
programa do presidente era sucinto, com muitos chavões que não aprofundavam os
temas. Não é de se surpreender que a agenda atual do presidente não esteja
alinhada com a opinião pública.
·
Em três semanas de mandato, além da facilitação do acesso às armas
e do combate ao que chama de "doutrinação marxista nas escolas",
Bolsonaro pouco falou sobre saúde, área considerada prioritária por 40% dos
brasileiros e que enfrenta hoje o desafio de preencher mais de 1.400 vagas
deixadas pelos cubanos do Programa Mais Médicos.
A FAVOR:
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CONTRA:
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- o otimismo recorde da
população em relação à situação econômica.
- a boa popularidade e a
"lua de mel" com o Congresso Nacional, comum nos primeiros meses de
mandato.
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- falta consenso na maioria
do eleitorado em torno das propostas
mais controversas do novo presidente.
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DUVIDOSO
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- Bolsonaro
lidará com um Congresso bastante renovado, onde os partidos tradicionais
perdem forças e ganham espaço parlamentares de primeira viagem. Nada menos do
que 102 políticos eleitos para a Câmara assumem na semana que vem seu
primeiro mandato na vida pública enquanto 147 assumem pela primeira vez o
posto de deputado federal. Juntos, representam quase a metade das vagas da
Casa (e isso pode ser um bem ou um mal). Além do mais, o Governo tem sinalizado
por um diálogo com as bancadas temáticas e não mais com os partidos
políticos, o que retira poder das lideranças partidárias.
- DR's muito tensas! Como serão as relações políticas neste ano de 2019?
A) O
Poder Executivo costuma ter mais força que o Legislativo quando ele é
preponderado por novatos. A gente tem que ver como a pressão do Executivo vai
se dar.
B)
O novo Congresso será marcado por representantes de ideias mais "extremas"
de direita e de esquerda.
C) Há
candidaturas coletivas bem sucedidas com pautas mais progressistas, de
esquerda. E temos uma direita com mais militares,
religiosos e pessoas com perfil mais conservador. Isso
certamente vai ter impacto na forma que o Congresso vai lidar com o presidente.
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Resta apenas uma saída de
sobrevivência ao novo Governo: a área econômica. Embora ainda não tenha
anunciado nenhuma medida econômica de impacto, é justamente na seara econômica
que a relação do Governo com a opinião pública e com o próprio Congresso vai se
definir. Logo, a economia é o que vai preponderar. Portanto,
vai ter problemas para lidar com questões como a reforma trabalhista, a reforma
da Previdência, as privatizações. A população está mais atenta ao tamanho do
Estado e ao que ele se propôs a fazer, que é reduzir o gasto público.
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