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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

sexta-feira, 18 de março de 2016

Atendimento à Dengue... A volta das epidemias.

“Este é um fenômeno da globalização. Nenhum país está isento”.
  Em 2013 foi um susto: a dengue deixou mais de 1,4 milhão de doentes no país. Em 2014 o número de casos caiu para menos da metade. Mas, apenas no primeiro semestre de 2015 o MS registrou 1,1 milhão de novos casos. Não bastasse a dengue, temos o surto do Zika e do Chikungunya.
  No mundo como um todo, as doenças infecciosas, que podem ser prevenidas e são tratáveis, como essas, matam cada vez menos. No entanto, pobreza, más condições sanitárias e mesmo desinformação contribuem para colocar em risco ainda a vida de milhões de pessoas.
  Os primeiros relatos da dengue no Brasil são do século XIX. Nos anos de 1940, acreditou-se que ela estivesse erradicada. Acredita-se que o A. aegypti tenha chegado ao Brasil nas caravelas dos colonizadores.
  Dengue: se não for tratada adequadamente, a doença leva à morte em 20% dos casos.
  A Microcefalia é um sinal de que o cérebro não está crescendo. Como o cérebro não cresce, o crânio fecha. Consolidam-se os ossos, porque quem faz o osso crescer é justamente a força interna do cérebro.
  O avanço da dengue em 2015 mostra que as doenças transmissíveis, que podem ser prevenidas e tratadas, ainda representam grande ameaça à saúde no Brasil.
  Ações previstas:
- vigilância, campanhas, controle do mosquito, cuidados médicos e pesquisa, engajamento das comunidades, assistência às pessoas afetadas, pesquisa e desenvolvimento de vacinas, diagnóstico e monitoramento, controle do Aedes aegypti.
- criação de uma infraestrutura global de combate a doenças infecciosas.
  Relação entre Zika e Microcefalia, e outras complicações neurológicas e más-formações congênitas. A Zika antes era considerada uma doença branda, hoje é dramaticamente diferente.
  DEET: composto químico à base de dietiltoluamida.
  A alta capacidade que qualquer vírus tem de se modificar geneticamente, adaptando-se às condições do ambiente e criando uma nova variedade, uma cepa. Uma segunda contaminação pela dengue já pode provocar febre hemorrágica.
  A OMS classifica como epidemia um surto de doença em regiões que registram acima de 300 casos a cada grupo de 100 mil habitantes. No Brasil, essa taxa total no final de junho de 2015 era quase o dobre: 555 casos a cada 100 mil habitantes.
  Desenvolver vacinas contra vírus é sempre tarefa difícil, devido à facilidade com que esses microrganismos se modificam geneticamente.
  Temos duas frentes de pesquisas avançadas:
1.      Do Instituto Butantan (SP) com o laboratório francês Sanofi: vacina.
2.      Genética: pesquisadores da USP com a empresa britânica de biotecnologia Oxitec: mosquitos machos geneticamente modificados. Do acasalamento com ele nasce uma prole que morre antes de chegar à idade reprodutiva.
  A “Febre Chikungunya” é também uma doença infecciosa, com sintomas semelhantes aos da dengue, associados a fortes dores nas articulações. Daí vem o nome: a palavra chikungunya tem origem numa língua falada no sudeste da Tanzânia e norte de Moçambique, e significa “aquele que se dobra” de dor. O vírus do chikungunya (CHIKV) foi isolado pela primeira vez nos anos 1950, na Tanzânia. Hoje se conhecem quatro cepas, cada uma delas batizada conforme sua região de origem ou maior ocorrência: Sudeste Africano, Oeste Africano, Centro-Africano ou Asiático.
  O ZICAV foi detectado pela primeira vez em 1947, em macacos na Floresta Zika, em Uganda, África.
  A OMS estima que 50 milhões de pessoas sejam infectadas a cada ano pela dengue e que cerca de 2,5 bilhões delas vivam em regiões onde a doença é endêmica. Nas últimas três décadas, a taxa de incidência aumentou 30 vezes.
  As doenças infecciosas espalham-se cada vez mais rapidamente pelo mundo. Além de urbanização dominante, contribuem para isso, também, a facilidade e rapidez com que as pessoas atravessam longas distâncias por trens e aviões; o intenso comércio internacional com o tráfego cada vez maior de navios levando microrganismos patogênicos (transmissores de doenças) no casco, nos tanques de água de lastro, na própria carga transportada ou nos membros da tripulação.
  Cerca de 13% da população do país já teve dengue em algum momento da vida. São dados do IBGE, do segundo semestre de 2013.
  As regiões menos populosas e as cidades pequenas sofrem maior impacto, com taxas de incidência mais altas.
  O Aedes aegypti vive originalmente nas matas, mas o avanço das cidades sobre o campo ampliou seu hábitat natural. A dengue não tem cura, mas vários institutos de pesquisa e empresas testam vacinas.
  Qual a diferença entre doenças infecciosas e doenças contagiosas?
1.       Doenças infecciosas: são transmitidas por microrganismos: vírus, bactérias, fungos e parasitas. As infecciosas matam 21 milhões de pessoas anualmente, no mundo. No Brasil, são responsáveis por 5% do total de óbitos a cada ano.
2.      Doenças contagiosas: podem ser transmitidas de um ser humano para outro, tais como a gripe, a AIDS, a tuberculose e a lepra.
3.      Doenças não transmissíveis: aquelas causadas por anomalias de órgãos ou processo bioquímico, herdadas dos pais, congênitas ou adquiridas. Por exemplo, doenças cardiovasculares, o câncer e o diabetes. No total, essa categoria de doenças responde por 68% das mortes no mundo.
- Muitas das doenças não transmissíveis são desenvolvidas pelo modo de vida do paciente. Dietas desequilibradas, obesidade e sedentarismo, por exemplo, estão nas raízes da alta taxa de incidência de infartos do miocárdio, isquemias cardíacas e diabetes.
- São doenças que avançam mais rapidamente em países ricos, onde há maior fartura de alimentos industrializados e onde a tecnologia leva a um maior sedentarismo. Nos países desenvolvidos, 87% das mortes têm como causa alguma doença não transmissível. Estima-se que até 20130 essa proporção chegue a quase 90%.
- Ou seja, as não transmissíveis são responsáveis por quase 70% das mortes a cada ano, no mundo, e essa porcentagem é ainda mais alta nos países desenvolvidos.
- Mas a tendência é de crescimento também nos países pobres (onde são precárias não apenas as condições de saneamento, mas também de medicamentos, sistemas de saúde e o acesso à informação). Mesmo na África Subsaariana, a região mais pobre do mundo, a proporção do número de mortes por essa categoria de doenças deve subir de 28% em 2008 para 46% até 20130.
- No Brasil, as dez doenças que mais matam são todas não transmissíveis.
  Segundo a OMS, as doenças transmissíveis foram responsáveis por 32% do total de mortes no planeta em 2012, com concentração de casos na África Subsaariana (duas doenças que martirizam por lá são a AIDS e a malária) e Sudeste Asiático.
  No Brasil, essas doenças matam menos de 5% do total de óbitos – muito menos que os 50% de meados do século XX. Quais os fatores que levaram a queda na letalidade das doenças infecciosas no Brasil?
- a melhora no nível nutricional das populações, que aumenta a resistência do organismo a agressões;
- o avanço em saneamento básico;
- o acesso das populações a medicamentos e serviços de saúde;
- a informação e sistemas de prevenção.

  No Brasil, a taxa de incidência da AIDS é de 20 casos a cada 100 mil habitantes, a cada ano. Ela ainda não tem cura. Fez em 2014 mais de 2 milhões de novos casos no mundo (porém, um número 13% menor que o de 2011). O número de óbitos pela doença também caiu (1,5 milhão de mortes de 2013 foi 35% menos que o registrado no auge da epidemia, em 2005). A incidência da doença despencou com medidas simples, como a distribuição de preservativos, para prevenir a contaminação com o HIV.  

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