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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 16 de agosto de 2015

PODER AQUISITIVO CAI 10%

PODER AQUISITIVO CAI 10%
Quem está mais sofrendo com a crise?
A Classe “C” e principalmente os mais pobres.
As outras classes dirão: “Crise? Que crise?”.
Despesas com itens básicos pesam mais no orçamento de quem ganha menos. O grupo de alimentação e bebidas, que responde por 25% do índice oficial de inflação, representa mais de 30% da cesta de produtos consumidos pelos mais pobres.
— Se a inflação subiu 10%, a renda das famílias dessa classe recuou em termos reais. Na prática, eles precisam desembolsar mais dinheiro para consumir a mesma cesta de bens e serviços de um ano antes. Isso mostra que a inflação já pesa mais para os menos favorecidos.
Há ainda uma crise de confiança do consumidor. A queda na renda e a retração no mercado de trabalho seguram os gastos. No entanto, o esforço é para manter as conquistas: a classe C levou um tombo em confiança. Depois do que experimentou, em melhorias de condições de vida e ganho de renda, é frustrante a expectativa de deixar esse caminho de melhora. A classe C está empenhada em fazer o ajuste doméstico pois não vê saída para a crise. O lado positivo é que, ao mesmo tempo, se vira para manter o patamar de consumo conquistado: a classe média se vira sempre. Está acostumada a contornar dificuldades e se sai melhor na crise. Encontra uma forma de complementar a renda, faz hora extra, arruma uma segunda atividade. Faz rodízio de contas, num mês paga as Casas Bahia; no outro, a conta de luz. A crise é forte, mas não há indicativo de encolhimento da classe C. Isso só aconteceria com o desemprego em torno de 15%.
Faltam recursos para pagar mensalidades escolares, sobretudo em curso de nível superior. Muitos jovens estão entrando no mercado de trabalho para reforçar o orçamento familiar. A evasão preocupa. A perspectiva de futuro que o povo pobre está projetando para si é preocupante. Um dos problemas é os governos não incluírem a gratuidade de transporte público para estudantes de pré-vestibulares comunitários. O aperto nas finanças leva os jovens já na universidade a desistir ou a adiar o curso. Houve suspensão de bolsa, aumento súbito das mensalidades, além do corte do Fies, que atingiu em cheio os pobres, e a crise econômica. A crise atinge o segmento educacional. O agravamento das dificuldades causado pelas alterações realizadas pelo governo federal na sistemática do Fies, privando milhares de alunos que pleiteiam uma vaga nas instituições de ensino de prosseguirem com seus estudos, acarretando perda de receita considerável para as instituições, obrigando-as a rever estratégias. Frederico Abreu, diretor financeiro da Kroton, maior grupo de educação privada do país, afirmou, na semana passada, que “existe um potencial de aumento da inadimplência”. Ele admitiu que o pagamento em dia desde o início do ano está “um pouco pior”. A empresa trabalha em planos de controle da evasão de alunos diante da queda da renda da população e de mudanças regulatórias no Fies.
No supermercado, menos tem de ser mais...
A hora de ir às compras é, para o consumidor da classe C, a de encarar a realidade: o dinheiro no bolso já não é suficiente para encher o carrinho como antes. Com a renda garfada pela inflação, a nova classe média tem encontrado alternativas para lidar com a crise. Busca promoções, compra menos, evita supérfluos, pesquisa mais. Este ano, 28 categorias estão perdendo espaço na cesta de consumo da classe C, ante cortes de 22 na AB e 11 na DE. Outro parâmetro do freio nas compras é que 64% dos supérfluos têm presença decrescente nos itens comprados pela classe média, enquanto produtos mais básicos avançam 56%. A meta é comprar o necessário e na medida do consumo. Fazer poucos produtos renderem mais é lema. A classe C gastava 15,1% mais do que recebia em 2013. Do ano passado para cá, essa taxa encolheu para apenas 2,9% a mais que a receita. Os reflexos no consumo são imediatos. Em 2015, a classe C estabilizou o número de idas ao ponto de venda e o aumento do tíquete médio. E há mudança no consumo. A categoria de acesso, quando a pessoa compra um produto que nunca consumiu, parou de crescer. E ela só faz a troca por um produto de qualidade superior ao que usa se enxergar vantagem real na troca. Outras estratégias são a compra de produtos de marca própria das varejistas, com preço até 30% menor, e o uso de encartes de promoções para garantir o melhor preço na boca do caixa.
Risco de retrocesso social e encolhimento da classe C:
O processo de encolhimento da classe C já começou e pode se intensificar, caso o mercado de trabalho não reaja rapidamente. Professores do Ensino Médio e técnicos em contabilidade, por exemplo, estão entre as ocupações mais comuns da chamada média classe média. Assim, divide o país em cinco padrões de vida, que vão de “alta classe média” a “miseráveis. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), cujos dados mais recentes são referentes a 2013, naquele ano, a população da média classe média encolheu de 2,6 milhões de pessoas, na comparação com 2012, desconsiderando o crescimento populacional no período. Os dados são de um estudo publicado no ano passado. Os mais prejudicados foram os que subiram recentemente, de 2004 para cá. As tendências estão claras. Olhando o que aconteceu em 2013, projetamos que 2014 e 2015 vão ser piores ainda.
Se as condições atuais se deteriorarem ainda mais, o retrocesso socioeconômico será inevitável. Já existe perda de renda. Isso freia o consumo em diversas frentes, no supermercado, na saúde, na educação. As pessoas já estão sendo afetadas. Elas já precisam fazer escolhas que incluem perdas em qualidade de vida. Todos já sofrem um rebaixamento em bem-estar. A classe C tem se mostrado resiliente à desaceleração da economia. Desde 2013 a perda de ritmo já começava a aparecer, mas tinha pouco impacto. Agora, o agravamento da crise preocupa: o que vemos agora é uma crise de grandes proporções. Recessões como esta tendem a afetar mais fortemente trabalhadores com baixa qualificação e com dificuldades de inserção no mercado de trabalho. De todo modo, ainda precisamos de tempo e de uma análise mais cuidadosa a respeito de como os efeitos desta recessão em particular têm se distribuído entre os diferentes setores de atividade e trabalhadores.
QUEDA NO CONSUMO
Outros especialistas reconhecem perdas, mas negam o recuo da classe C. A redução no número de postos de trabalho vai reduzir o padrão de vida de muitas famílias. No geral, porém, o cenário hoje não é de encolhimento da classe média. Queda de 2% no PIB e 7% de desempregos não são suficientes para reverter o avanço de mais de dez anos. Não há risco de perda brusca das conquistas da última década. Isso porque o critério mais aceito leva em conta não só a renda, mas também condições mais difíceis de serem perdidas, como anos de estudo. O modelo de classificação socioeconômica é muito robusto A gente não vai ver um movimento brusco das classes, do tipo quem está na classe C ir para D. A crise vai impactar de forma mais visível só no ano que vem. Quem tem um grau de instrução elevado não vai deixar de ter. Não vão deixar de ter água encanada. O que vai acontecer é que a capacidade dos indivíduos de consumir vai diminuir.
Esse freio no consumo já aparece nos dados oficiais do IBGE, mostrando que o momento atual é o ponto mais baixo de uma trajetória de desaceleração iniciada há alguns anos. O volume de vendas do varejo cai ano a ano. Em 2012, cresceu 8,4%. Em 2013, 4,3%. No ano passado, a expansão foi de 2.2%. Agora, de janeiro a junho de 2015, registrou retração de 2,2%, pior resultado para o primeiro semestre desde 2003, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). O consumo continua sendo a mola propulsora, via comércio e serviços, puxando a economia. A vantagem é que nesta crise temos um cliente mais preparado do que em outras crises do passado. As pessoas têm cartão de crédito, há maior número de pessoas com carteira assinada e mais capacidade de manter o padrão de consumo. A queda, que iniciou nas grandes compras, os chamados bens duráveis, já começa a aparecer no pequeno varejo, afetando os bens não duráveis também. A consultoria calcula que o volume médio de compras da classe C recuou 10% no semestre, frente a igual período do ano passado — a pior retração entre as classes pesquisadas pelo levantamento. A gente já estava vendo essa racionalização do consumo, com as famílias indo menos vezes aos pontos de venda. Mas, no ano passado, o volume médio se mantinha estável. Agora, começou a cair.
ESFORÇO PARA MANTER PADRÃO
Uma das principais preocupações de economistas é que uma queda do investimento em educação torne a parcela dos que ascenderam recentemente à classe média ainda mais vulnerável, em um momento de desaceleração do mercado de trabalho. Analistas estimam que o país destruirá cerca de 1 milhão de vagas formais até o fim de ano. Esses 40 milhões que trasladaram estão no maior risco. Eles têm, na média, uma escolaridade mais baixa, e consequentemente uma produtividade mais baixa. São as pessoas menos demandadas pelo mercado de trabalho. Quando o mercado está em crise, demite quem tem menos produtividade/escolaridade.
A boa notícia é que há um esforço da classe C para manter as conquistas e o padrão de vida atual. As pessoas passaram a buscar formas de complementar o orçamento, o que inclui atividades informais e formais. Áreas como as de gastronomia, beleza e bem-estar estão entre as que podem garantir um dinheiro a mais para as famílias nesse momento de aperto no bolso. O Senac RJ registrou o dobro de acessos por informações sobre curso de maquiador em seu site este ano, na comparação com igual período de 2014. A área de ensino à distância — que oferece cursos técnicos com preços até 30% menores que os dos cursos presenciais e maior flexibilidade de horário -- teve 50% mais consultas. O brasileiro vai tentar se virar, tem muita criatividade. Vai procurar saídas para atravessar essa crise. Mas a gente está torcendo que esse momento passe o mais rápido possível

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