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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 9 de agosto de 2015

FIES: Precisa-se de dinheiro: Vai haver frustração durante algum tempo... “Nosso trabalho é reduzir o mínimo essa frustração”.

Por que o Governo impôs restrições ao FIES? Por que elas frustram os sonhos de tantos brasileiros? Afinal de contas, o que aconteceu com o FIES?

A gente vinha de uma sociedade muito injusta, pois os pobres não estudavam enquanto os ricos colocavam seus filhos nas Escolas Federais. Essa sociedade acabou porque o país melhorou muito. Hoje, os pobres querem estudar e têm o direito de estudar. O nosso desafio é continuar criando mecanismos mais amplos de acesso e permanência à educação de qualidade.

Milhões de estudantes que precisam da ajuda do Governo para pagar a faculdade levaram um banho de água fria este ano. Por falta de dinheiro o MEC reduziu pela metade o número de universitários que vão ter acesso aos contratos novos do FIES. Hoje, 2 em cada 5 alunos de faculdades privadas dependem desse empréstimo a juros mais baixos.

Nos últimos anos a torneira do Financiamento Estudantil no país por onde passam os alunos que acabaram de entrar e também os que vão renovar o FIES foi bem aberta. Nós temos 12 anos de expansão do orçamento da educação com excelentes resultados. Enquanto isso, temos um único ano, que este de 2015, que o orçamento se tornou apertado e menor. Em função disso, tivemos que apertar alguns critérios. Porém, foi aberto o espaço para as pessoas quererem fazer o Ensino Superior.

O FIES começou em 1999, mas o Governo colocou mais combustível no Programa em 2010 (e como colocou! Os números foram dobrando e se multiplicando, batendo o recorde de financiamentos no ano passado de 2014...). Neste ano, o FIES esfriou um pouco decorrente da crise, mas mesmo assim, já foram 314 mil vagas (a previsão para o ano que vem, 2016, serão 350 mil vagas por ano).

Hoje, em grande parte, o potencial de crescimento do Ensino Superior é por meio das camadas menos favorecidas que só conseguem estudar com o apoio do FIES. E o financiamento com juros tão baixos como os do FIES (3,4% a.a.) só é possível porque tem um baita de um subsídio. Quer dize, se a galera pegasse essa grana num banco os juros médios iam ser muito mais altos (30% a.a.). E essa diferença de juros, o tal do subsídio, quem financia são os nossos impostos.

Repare que, no momento, a taxa básica de juros no Brasil, a Selic, é de 14,25% a.a., mas o Governo vem cobrando do Estudante, no caso o FIES até 2014, apenas 3,4% a.a. Ou seja, o que o Governo faz com os juros do FIES é pagar (com os nossos impostos) para o estudante estudar. Paga para emprestar aos estudantes.

Lá nos EUA, essa lógica é contrária. A Selic é de 6,8% a.a. e o financiamento é menos de 1,0% a.a. A diferença é paga pelo estudante ao Governo. Ou seja, o Governo não perde dinheiro como aqui no Brasil. Ele ganha! Na verdade, o Governo ganha com alguns empréstimos, mas perde com outros. É que muita gente atrasa o pagamento e os estudantes mais pobres pagam menos juros. É um negócio bom para o Governo? Bem... Historicamente, se o Governo perde não é muita coisa. O importante é que, assim, não falta dinheiro. Em vez de fechar as portas como no Brasil, o Governo abre. Hoje, nos EUA, 9 milhões de estudantes tem financiamento públicos nos estudos (e dá para chegar a 12 milhões, como já aconteceu em 2010).

Em 10 anos o total de dinheiro emprestado para os estudantes nos EUA mais do que triplicou. Tanto é que, hoje, os norte-americanos financiam mais para estudar do que para comprar carro ou gastar no cartão de crédito. A terra do consumo está consumindo educação. Agora é bom que o diploma ajude a arrumar um bom emprego para pagar essa dívida depois. Lá, a cada 5 estudantes que se formaram com o dinheiro emprestado pelo Governo, apenas 01 está com dificuldade para pagar. E aqui no Brasil a gente ainda nem sabe quanta gente não está pagando porque a primeira galera que pegou empréstimo lá em 2010 e fez um curso de 04 anos, por exemplo, só vai começar a pagar agora, no 2º semestre de 2015. E as novas regras do jogo equilibraram a partida para o lado do Governo que, claro, não quer tomar uma goleada dos nossos pagadores. 

Enfim, o FIES é fundamental não apenas para o aluno entrar no Ensino Superior, mas conseguir permanecer nele e encerrar o curso. Aliás, em 2013, de cada 100 alunos sem FIES, 23 (%) pararam de estudar logo no 1º ano da faculdade. Já aqueles com o FIES, só evadiram 6,7 (%). Agora em 2015, com menos financiamento, vai ficar mais difícil atingir o Plano Nacional de Educação (PNE), pois, atualmente (dados de 2013) 30% dos Jovens Brasileiros têm Diploma de Faculdade. A meta é chegar em 50% lá em 2024! E olha lá, sem o FIES fica difícil o PNE atingir essa meta. A intenção é fazer o Brasil acompanhar outros países mais avançados nessa questão (matrículas dos jovens no Ensino Superior - e chegar lá com qualidade): 

Brasil: 30%
Argentina: 80%
Chile: 78%
EUA: 90%


















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