Não concordo que antigamente
as coisas eram melhores. No tempo dos nossos avós a sexualidade era reprimida,
carregada de tabus e cheia de medos e recalques. Acho muito triste a história
da minha mãe: casou nova, virgem, com 14 anos, inocente, quase não namorou, não
conheceu bem seu próprio corpo nem o corpo do meu pai para saber se estava
realmente feliz com ele. Esse discurso de que antigamente era melhor é puro
moralismo.
Mas, também não concordo que
hoje as coisas estejam melhores. As meninas e os meninos deixaram as
brincadeiras de infância e adolescência de lado e passaram a brincar de fazer
sexo. Antes se brincava de casinha, comidinha e família. Hoje, os próprios
adolescentes se tornaram os personagens reais do que era para ser suas simples
brincadeiras. São crianças tentando viver como gente grande. Só tentando...
Uma das maiores influências
veio dos Meios de Comunicação de Massa, como a TV, a Internet e os sofisticados
celulares. Essas novas ferramentas têm o poder de informar, mas também o de
invadir nossa privacidade, escancarar as intimidades e banalizar o corpo.
Então saímos do fundo de um
poço e entramos n'outro: do secreto para o escancarado. Sexo não é motivo de
repressão, mas também não é uma simples brincadeira. Sexo são tempos de
preparação, descobertas e prazeres com responsabilidade. Acontece que muitas
músicas, programas televisivos e sites da Internet não falam dessa forma.
Se antigamente não era tão bom
e atualmente estamos cheios de problemas, como a gravidez desplanejada, a
banalização do corpo e as DST’s, então é hora de deixar os extremos do Secreto
e do Escancarado de lado e ir pelo caminho do meio: o Equilíbrio Responsável.
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