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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O Império Atual na Música Brasileira

Vale ressaltar que antes dos europeus e dos africanos aqui chegarem, o “desconhecido Brasil” era habitado por índios que tinham interessantes hábitos musicais. Em festas ou em rituais, os primeiros povos faziam música. Particularmente, acho lindo o som da flauta, do tambor e do chocalho. Mas, historicamente é pouco valorizado, porque a música indígena só é lembrada nas datas comemorativas do folclore. Mas isso tem uma razão de ser: nossos primeiros professores de música foram padres jesuítas que trouxeram aqueles cantos catedráticos e carregados de apelação psicológica para catequizar os índios e fazê-los fiéis. Foi imposta a musica instrumental, harmônica e a literatura musical.

Não existe uma democratização da música brasileira. Por mais eclética que ela seja, os meios de comunicação de massa impõem determinados estilos musicais aos ouvintes. Internacionalmente somos conhecidos como o país do samba, mas o samba e o funk do Rio de Janeiro por influência da mídia carioca. É comum vê em certas emissoras de televisão o lançamento de músicas subordinadas a temas de novelas ou empresários que pagam programas de televisão para lançar modinhas de cantores, a fim de vender discos e satisfazer os interesses das gravadoras. A música brasileira está subordinada ao mercado.

A música africana aqui na Bahia, por exemplo, foi absorvida pelo carnaval. Não no sentido de criticar preconceitos, conscientizar as pessoas com letras educativas ou falar sobre nossas raízes. O ritmo africano foi transformado em pretexto de ostentação material e forte conotação sexual.

Há uma nítida separação entre música dita “erudita” e música popular. Se for verdade a separação de classes na música, entre um estilo dito refinado e outro de mau gosto, também é verdade que a música brasileira ganhou uma conotação sexual muito grande. Somos expostos a letras maliciosas que começam falando de decepções amorosas e terminam induzindo ao sexo, às drogas, às bebedeiras e à violência.


Diante de tudo isso a respeito do gosto musical, fica difícil acreditar nessa tal “independência brasileira”. O próprio país ridiculariza seu povo ao submeter-lhe e impor-lhe ritmos e letras anacrônicos. Como se não bastasse, ainda absorvemos o Rock e os estilos internacionais distantes da nossa cultura. Vale lembrar que as óperas são de origem italiana e francesa, o bolero é de origem espanhola, as valsas e polcas, alemãs, e o jazz, norte americano. Mas, nem tudo está perdido. Muitas comunidades de raízes ainda criam suas próprias músicas. Talvez o erro não esteja em absorver algum estilo ou ritmo diferente, mas o acerto maior é usar a música para expressar o que realmente é nosso.

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