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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 13 de abril de 2014

O Amor pode ter Cura

Ué, e desde quando ele é uma doença?


Desde quando ele causa dor, sofrimento, dependência e outras reações que levam o indivíduo à submissão. Aí para se livrar de tamanha dor da decepção, você iria até à farmácia, compraria a pílula antiamor e pronto! Está curado. 


O Amor que é Doença (explica a Psiquiatria):

- Há um tipo de amor considerado patológico pela medicina.
- Ele é definido como o comportamento de prestar cuidados e atenção ao parceiro de maneira repetitiva e sem controle, em detrimento dos interesses próprios.
- São pessoas que podem deixar de estudar e trabalhar para dar atenção ao outro, por exemplo.
- É mais comum entre as mulheres e tem entre suas causas o tipo de vínculo feito na infância com o primeiro cuidador: “Ele seria repetido no relacionamento amoroso adulto e é aquele em que a criança nunca sabe se poderá contar com o afeto. Ela se torna insegura, com ansiedade de separação e medo de perder afeto nas relações adultas”.
- Também está relacionado à baixa autoestima. O amor patológico acontece com quem não se ama, quem não consegue gostar mais de si do que do outro.
- O tratamento é a terapia. Pode ser usada a análise psicodramática, em sessões de grupo realizadas de 16 a 20 semanas. Também é feito atendimento individual e em grupo. E, quando preciso, usa-se medicação para tratar doenças associadas, como a depressão.
- A cura, que nesse caso é a libertação da obsessão, é alcançada.


 Duas maneiras de olhar o Amor: a “convencional” e a “científica”.

01. Convencional: o tema é visto sob uma perspectiva filosófica e literária. Existe o amor de Platão, de Shakespeare. Fala-se aqui do ideal, do sentimento arrebatador, que nasce sem muita explicação e gera histórias inesquecíveis.
02. Científica: Nesse caso, não há espaço para romantismo. A emoção seria produto de respostas fisiológicas desencadeadas no cérebro a partir de um estímulo. Sua geração faria parte do arcabouço de emoções que a espécie humana desenvolveu ao longo de sua evolução com o objetivo de garantir sua sobrevivência. O medo, por exemplo, nos ajudou a ter reações de fuga diante de predadores. O amor, por sua vez, foi o sentimento que garantiu a continuidade da reprodução da espécie. Bem, é por aqui que hoje, defendem os cientistas, é possível interferir nas etapas desse processo com a finalidade de interrompê-lo. A “neurociência do amor” está nos apresentando um entendimento novo do amor.
- Portanto, se pensarmos que o amor é algo que emerge da química cerebral, começa a fazer sentido falar em cura. Daí os tratamentos para esse sentimento.

As três fases do amor no consenso científico:

01. Luxúria (caracterizada pelo Desejo Sexual): a
02. Atração (junto com a Luxúria, as duas formam a Paixão): a
LUXÚRIA + ATRAÇÃO = PAIXÃO
- Elas são associadas aos hormônios estrogênio e testosterona – responsáveis, respectivamente, pelas características femininas e masculinas.
- Também há o foco no objeto da paixão, podendo ocorrer inclusive pensamentos obsessivos a ser respeito.
- Os apaixonados e os pacientes que sofrem de Transtorno Obsessivo Compulsivo dividem um mesmo tipo de pensamento. Os primeiros são focados nos parceiros, e os segundos, em suas obsessões.
03. Vínculo: Trata-se aqui do sentimento a longo prazo, sem o impulso da paixão, marcado por sensação de segurança e de proteção ao parceiro. Nessa fase agem duas substâncias: a ocitocina e a vasopressina.

A Química do Amor (a Neurofisiologia do Amor):
01.  Serotonina (é uma substância cerebral relacionada à regulação do humor – quanto menos serotonina, mais obsessão e desequilíbrio):
- Tanto apaixonados quanto pacientes que portam o Transtorno Obsessivo Compulsivo têm baixa quantidade ou pouca disposição de serotonina;
- Os amantes que manifestam obsessão pelo parceiro têm baixa disposição de serotonina. Quando o nível da substância sobe, eles não manifestam mais obsessão pelo parceiro.

02.  Dopamina (é o composto químico da alegria):
- A estrutura cerebral acionada na produção de serotonina é a região cerebral que compõe o sistema de recompensa do cérebro. Ele é ativado quando se vive algo que dá prazer. Ao entrar em ação, há a liberação de dopamina – a base química que está por trás da alegria que sentimos quando desfrutamos de uma situação prazerosa.
- Acontece que esse sistema é o mesmo acionado nos casos de dependência, como a de drogas ou de álcool. No caso do amor, a recompensa é o prazer proporcionado pelo parceiro. Isso explica porque existe quem vicia em drogas, quem vicia em álcool e quem se vicia no parceiro.
- É por essa razão que há o entendimento de que o amor pode se tornar um vício. Qualquer substância, comportamento ou relacionamento que apresente potencial de recompensa pode desencadear dependência.

03.  Depressão tem tudo a ver com as taxas de Serotonina e Dopamina: Os antidepressivos, por exemplo, reequilibram as concentrações de serotonina (humor desregulado para + ou para – o que causa comportamentos extremistas), reduzem pensamentos obsessivos, interferem na liberação de dopamina (no caso depressivo, aumenta).

04.  Amor patológico também tem tudo a ver com as taxas de Serotonina e Dopamina: Assim como os antidepressivos reequilibram as concentrações de serotonina, reduzem os pensamentos obsessivos e interferem na liberação de dopamina, portanto, haveria menos euforia também diante do amado (a). E têm, entre seus efeitos colaterais, a queda da libido.
- Outras opções seriam as medicações que impedem a ação da testosterona (ou da progesterona), provocando a diminuição do desejo.
- Apontam também a naltrexona, usada para tratar a dependência de opioide (receitados contra a dor) e contra o alcoolismo.
05.  Ocitocina e Vasopressina: são substâncias relacionadas ao Vínculo, a terceira fase do amor: Trata-se aqui do sentimento a longo prazo, sem o impulso da paixão, marcado por sensação de segurança e de proteção ao parceiro. Nessa fase agem duas substâncias: a ocitocina e a vasopressina.
- Ocitocina: é um hormônio envolvido na formação de laços afetivos e de fidelidade. “Ele é liberado quando há contato íntimo, um toque carinhoso”.
- Vasopressina: atua na formação de vínculos nos cérebros masculinos. Em outras espécies, ela é responsável por um comportamento associado à proteção de território. Mas em espécies monogâmicas está relacionada a vínculo, provavelmente porque o cérebro masculino considera a fêmea parte de seu território.

06.  Molécula de CRF (responsável pela durabilidade da relação): nessa química opera essa molécula que ajuda a manter a relação por longos períodos. Quando os amantes estão separados, a CRF os faz ter sentimentos negativos, até depressão.

07.  Propranolol, o uso do anti-hipertensivo: age na manipulação da memória por meio do emprego de técnicas adotadas hoje no tratamento de estresse pós-traumático. Nesse caso, o que se quer é apagar as lembranças ruins associadas ao evento que levou ao trauma.
- É um otimismo quanto à criação de mais recursos antiamor;
- Conforme o conhecimento do mecanismo cerebral por trás do sentimento se aprofundar, a tecnologia antiamor se tornará ainda mais poderosa.
- E mais opções estão em estudo, envolvendo treinamentos específicos e outras medicações.
- No caso do amor, os métodos seriam usados para fazê-lo desaparecer. “Pode-se imaginar terapia similar sendo usada para apagar a memória do amor”.
- Os pesquisadores defendem o uso de armas como essa para todos os casos nos quais a relação é claramente prejudicial e precisa ter um ponto final.

08.  Conclusão: Teoricamente, drogas poderão ser dadas às pessoas para manipular seu amor por seus companheiros. Os pesquisadores ingleses elencaram várias categorias de remédios que poderiam ser usadas para interromper a evolução da paixão.

Recorrer a recursos científicos e médicos para encerrar um amor: a proposta é bem polêmica!
Seria mesmo adequado tratar o sentimento como se lida com uma gripe, uma gastrite?
E as consequências éticas que podem advir do uso do que os estudiosos ingleses estão chamando de biotecnologia antiamor?

Argumentos a Favor
Argumentos Contra
- Imagine uma pessoa em um relacionamento violento. Ela sabe que precisa sair dessa situação, mas seu sentimento de vínculo é tão forte que não consegue. Se ela pudesse usar um remédio que possibilitasse uma separação emocional do parceiro, seria um uso possível.

- Pense em alguém atraído por outra pessoa que não o seu parceiro, mas que quer continuar fiel. A tecnologia antiamor pode ajuda-lo a diminuir seus sentimentos de atração pelo outro.

- Indivíduo com dificuldades para se recuperar de um rompimento e partir para outra experiência também se beneficiariam.

- Em Israel já houve a adoção de uma das armas. Por determinação de rabinos, antidepressivos foram dados a jovens para aplacar sua libido de forma que ficasse mais fácil, no entendimento dos religiosos, seguir as normas da religião sobre o comportamento sexual.

- É válido em alguns casos, como para alguém que quer terminar um relação com um marido violento.

- Os recursos seriam úteis quando as pessoas não são aptas a se recuperar de forma sadia após um rompimento. Como aquelas que começam a manter pensamentos suicidas ou a perseguir seus ex-parceiros.

- O alcoolismo, por exemplo, foi considerado durante muito tempo uma questão moral. Quando começou a ser tratado como um problema de saúde, houve a abertura para a criação de tratamentos. E eles melhoraram a vida das pessoas que estavam sofrendo.
- E quem garante que esses remédios somente serão usados nas situações individuais de alta tensão do ser humano? E se esses recursos forem usados para eliminar tipos de relacionamentos somente porque não são considerados aceitáveis pela sociedade. Um exemplo são as relações homossexuais. Será que esses remédios serão bem regulados e usados em casos realmente extremos? Quem determinará que o caso é extremo? Como garantir que não haverá abuso na aplicação dos métodos antiamor?

- Intervir para curar o amor embute o risco de tirar do ser humano uma oportunidade de evoluir. Se tomarmos uma pílula a cada vez que uma relação não der certo, nunca aprenderemos a ver o que fizemos de certo ou errado e como nos tornar pessoas melhores.

- O que seria de toda a maravilhosa arte, música e literatura feitas sobre o amor? Nada disso existiria se esses remédios estivessem disponíveis. A dor da perda nos torna criativos. 

- O iminente desenvolvimento de agentes antiamor nos coloca sob o sério risco de atitudes não éticas para manipular sentimentos românticos. É preciso começar a pensar em uma legislação que proteja, por exemplo, contra a manipulação involuntária do sentimento. Mas isso será um desafio.

- A proposta não seria mais um caso de “medicalização” de um sentimento. Ou seja, de tornar um problema médico uma emoção natural. Isso pode ser bom ou mau.

REVISÃO:

·         - Cientistas propõem o uso de remédios e de outras intervenções para acabar com o sentimento quando ele traz mais sofrimento do que alegria. E os recursos para tratar a emoção se tornarão ainda mais sofisticados. Assim, é possível interromper a progressão do sentimento em suas diferentes etapas.
·         - É possível apagar do cérebro as lembranças e as dependências causadas por esse sentimento – o amor. Aliás, os apaixonados têm pensamentos obsessivos.
·         - Ou seja, a neurociência está nos apresentando um entendimento novo do amor: o sentimento causado e comandado por hormônios e estímulos cerebrais.
·         - Então, esses remédios existem. Alguns já estão disponíveis, outros em estudo. A proposta está sendo feita por pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, uma das mais renomadas do mundo.

4 comentários:

  1. Adorei o conteúdo,as ideias expressas são bem interessantes. O amor é um belo sentimento mas anda juntinho do ódio e do desequilíbrio. Nada melhor do que um auxiliar medicinal para controlá-lo. Mas os argumentos contra tem que ter sua relevancia tbm,é bem perigoso se esse medicamento cair nas mãos erradas. Ou usarem esse medicamento violando a ética...Agora eu te pergunto: Quem nunca queria controlar uma paixão que não tem sentido? A resposta tá aí na medicina

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  2. Já estão disponíveis? Como fasso para
    Obter esse medicamento
    Por favor responda
    Acredite daria tudo p ele
    Pois sofro por não conseguir m separar do cônjuge e quase uma década.

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  3. Já estão disponíveis? Como fasso para
    Obter esse medicamento
    Por favor responda
    Acredite daria tudo p ele
    Pois sofro por não conseguir m separar do cônjuge e quase uma década.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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