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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Copa das Confederações x Copa das Manifestações

Tema Nº 02: questão econômica e política... 

No segundo encontro a turma foi surpreendida ao ser convidada para refletir e debater sobre a inusitada onda de protestos ocorridos no Brasil, durante a Copa das Confederações agora em junho de 2013. Um fenômeno social e político que marcou a história do país pediu uma análise geográfica em decorrência da proximidade e da atualidade dos fatos, abordados em diferentes versões pela mídia (imprensa), pelo Governo e pela própria opinião popular. 

O tema ressuscitou velhas questões sociais, adormecidas no cotidiano popular, mas bem pulsantes na realidade de vida do povo brasileiro: as classes e as desigualdades sociais, o poder dos meios de comunicação de massa, nossa tímida democracia, esporte, turismo e os indicadores (seus avanços e deficiências) da qualidade de vida no Brasil. 

Os casos de vandalismos, de algumas cenas de depredação do patrimônio público e episódios de confrontos da polícia com alguns grupos inflados de manifestantes foram noticiados e recortados pela mídia, que soube muito bem canalizar a ira e a insatisfação popular para o sistema político e sua dimensão corrupta no país. Entretanto, a aula deu destaque para um detalhe importante, intencionalmente passado despercebido pela abordagem dos fatos – a versão econômica. Através da análise das contas e dos gastos gerados para sediar a Copa do Mundo de 2014, notou-se a insuficiência da iniciativa privada e seus grandes interesses em gerar lucros privados sobre o palco dos eventos, montados pelos cofres públicos. Mais uma vez a elite brasileira, formada pela classe abastada, procura tirar proveito no jogo do mercado consumidor capitalista, que transforma os eventos esportivos e o fenômeno turístico em lucro imediato. E não só isso, pois no discurso dominante transforma também as pessoas comuns e menos favorecidas em garçons e atendentes da elite, ainda rotuladas de profissionais desqualificados e sem educação. 

Não se posicionando contra o turismo de eventos, pouco menos a importância do esporte na cultura brasileira, a aula se posicionou e deixou bem claro que o grande problema nessa história toda é a fonte dos gastos e a repartição dos lucros, que acontece de forma injusta e desigual quando consideramos a posição das pessoas nas classes sociais do país. A promessa de que o turismo de ventos trará mais investimentos e qualidade do transporte público, da educação, da saúde e da geração de renda se vê frustrada diante do oposto: os cofres públicos montando o palco dos eventos, a classe média e alta dançando e lucrando nele, sobrando o serviço pesado e a conta alta para a classe trabalhadora. Enfim, os protestos gritaram que “políticos e empresários” são forças nocivas a uma cidade. 

Sem retirar a responsabilidade política dos fatos, pois os mais graves males apontados pela população são: corrupção, inflação, criminalidade e falta de recursos para saúde e educação, destacou-se a versão econômica dos mesmos, como parte do combustível implícito que gerou a onda de revolta e protestos no país. Estamos diante da classe média e alta, e de uma poderosa elite, que defende uma visão econômica que afasta o investimento privado (ou o investe se houver retorno e lucros muitas vezes multiplicados) o que impede o crescimento econômico justo, isto é, igual para todos. Apesar da longa lista de reivindicações, os protestos pelo Brasil pediram basicamente responsabilidade, ética, ação e transparência, mas de quem? Só dos políticos? Do empresariado também! A aula terminou deixando pistas de que o tema é inesgotável diante da Jornada Mundial da Juventude que acontecerá em julho deste ano e a Copa no ano que vem. Fomos capazes de misturar futebol com política, o próximo evento misturará política com religião? Ficou no ar outro tema não menos importante e polêmico: a união homoafetiva e sua luta por direitos.

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