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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 10 de setembro de 2013

O que penso sobre a onda de protestos no Brasil, vivida durante a Copa das Confederações de 2013?

Texto Extra III: 

O brasileiro está indignado com a corrupção de alguns políticos. Bom lembrar, candidatos eleitos pelo próprio brasileiro, boa parte das vezes negociando o voto ou fazendo troca de favores. Boa parte dos brasileiros trocou o sofá da sala ou a postura de telespectador pelas ruas ou a postura de manifestante, mas uma grande maioria ainda retornará para o posto da poltrona voltada para a novela ou algum outro espetáculo televisivo ao invés da escrivaninha com um bom livro ou a leitura crítica da história desse país. O público foi ao estádio torcer pela Seleção Brasileira, pagou pelos ingressos e as despesas para estar lá e, muita gente deu Ibope de casa ou da praça mesmo, vendo a Seleção campeã pela TV de casa ou pelos telões, mas, ao mesmo tempo, demonstrar que não concorda com os gastos desmedidos. Bem, qual é um dos resultados disso? A democracia brasileira mostrou diversas formas de manifestações nos últimos dias. As depredações vistas em diversas cidades foram atitudes estúpidas, de algumas pessoas que querem mudanças, mas não sabem como fazê-las. Mas também podemos pensar assim: “Se não houvesse pichações e vidros quebrados, muita gente não teria lido sobre isso ou dado importância a isso”. O que é “isso”? Os protestos. Mesmo assim, penso que a depredação só nos custa mais caro. Boa parte dos brasileiros ainda gosta de levar tudo pela cultura do “tal jeitinho”, não respeita as leis de trânsito, cola nas provas, não dá o bom exemplo às crianças e os próprios filhos, mas quando sente a conta pesar no bolso, aí inflama o sentimento de indignação, o desejo de mudança, transparência e fim da corrupção. Antes tarde do que nunca! Então a sociedade infla e precisa achar um culpado, um bode expiatório para descarregar sua contraditória ira (agora eu pergunto: por que não descarregar na mídia? Os grandes empresários que levam a melhor, eu digo os lucros desse país? Por que somente a imagem da presidente Dilma?). A mídia deve ter ficado meio frustrada, pois muita TV poderia ter sido ligada ao invés de muita gente está carregando cartaz na rua. Mas como em matéria de liberdade de imprensa e expressão nada passa despercebido, então estava lá na tela dois Brasis: uma metade torcendo pela vitória da Seleção no estádio e a outra torcendo pela vitória do País na qualidade de vida. E há aqueles que tentaram conciliar uma coisa à outra. Como disse um brasileiro-torcedor-manifestante na rua: “Eu espero que o Brasil ganhe o jogo da Copa das Confederações hoje, mas no final da Copa das Mobilizações, também queremos uma goleada!”. Bem, de um resultado já sabemos (e foi satisfatório), agora vamos vê o placar do outro. E por falar em outro, outra coisa interessante é que não existem classes sociais na hora do futebol, do carnaval, da novela e etc. e tal. Ricos e pobres se misturam e se confundem num só Brasil. O que está acontecendo agora no Brasil abre feridas antigas, mas abre também o debate. É risível a ideia de classificar os manifestantes entre mauricinhos e povão e a necessidade de colocar as manifestações em categorias sociais – mas previsível. É mais fácil diminuir o poder das vozes dissidentes se elas são rotuladas. As manifestações são movimentos abertos, para quem quiser participar. E daí que a maioria dos manifestantes era branca e de classe média? Eles estavam lutando por melhoras para todos. A tentativa de dividir a sociedade para deslegitimar uma luta justa é ridícula. Não precisa ser negro para ser contra o racismo nem gay para ser contra a homofobia. Basta ter bom-senso e não ser alienado. Por que podemos nos confundir diante dos espetáculos da cultura midiática, menos na cultura política? Mas uma coisa é certa, que existem classes sociais no Brasil, existem! Aí clama por um governo que atenda às demandas das áreas de segurança, saúde, educação e ponha fim à corrupção, à qual, vale lembrar mais uma vez, em muitos momentos e mesmo em pequenos gestos, somos cúmplices. Se tudo isso não virar fogo de palha, se a chama dos motivos dos protestos continuar acesa, ainda descobriremos muitas coisas. Talvez a principal delas seja: “Somos a mudança que queremos para o país”. E aí vamos pisando ou mordendo o rabo dos políticos, da presidente e muitas vezes acertando o nosso próprio. Só espero que o rabo da mídia e do empresariado não fique, nem saia, ileso dessa.

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