Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e psicopedagogo.
O que aprendi com esse filme?
A liberdade não é um sonho. Está do outro lado dos muros que nós
próprios erguemos.
Então pare de queixar do tempo que lhe resta, e use-o! ESPERANÇA!
Domínio, controle sobre a
Natureza... Será esse o grande “Dom” da humanidade? Ou apenas uma ilusão temporária
que tem nos levado às grades de nossas prisões físicas e mentais? Este é um
filme para refletir sobre o que estamos nos tornando, e para onde isso vai nos
levar. A polêmica surge de uma questão: o que levaria um ser humano a abandonar
sua família, sua profissão, a sociedade e o próprio convívio com a sua espécie
para viver com um grupo de gorilas? Um fio de retrocesso e contrariedade para a
Evolução Humana?
No fundo é um filme de liberdade
encontrada na Natureza, porque a prisão foi criada pela cultura humana para si
mesma. A questão é: A agressividade de uma pessoa é resolvida com castigos,
punições e prisões ou são elas, a guarda do Estado (polícia, autoridades,
cientistas, letrados) que aprisionam a alma humana, as responsáveis pelos
“animais indomáveis”? Ora, se você prender numa jaula uma fera que ama a
liberdade, só conseguirá enfurecê-la ainda mais.
Dizem que matar um animal não é
pecado. Mas, matar um homem é pecado. A questão então é: onde termina um e
começa o outro? Na verdade, o filme nos leva a reconhecer que existe um animal por trás do homem e um homem detrás do animal. Há perversidade na razão e benevolência nos instintos. Assim
como há demência na razão e sanidade na loucura. O animal sobressai à
civilidade em algum ponto, talvez naquele em que há uma lógica de equilíbrio na
natureza e na convivência com seus membros. O louco meio que afasta da
realidade coletiva, porque ela o empurra a um mundo só para si. Mesmo quando
mata, o instinto impulsiona à vida. Mesmo quando fantasia, a loucura dialoga e
zomba da realidade. Enquanto isso, a civilidade e a razão são capazes de usar a
consciência de que dispõem para sustentar guerras, poder, dor, sofrimento,
prisões e perversidade. Por que isso acontece? O instinto e a loucura têm
razões, que a própria razão desconhece, mas que o coração compreende bem. Talvez
o problema não esteja na civilidade ou no ato racional em si, mas nas direções
e nos desdobramentos que lhes são dados, mediante os interesses políticos e
econômicos daqueles que têm mais força, isto é, que estão no poder. Porque a
nossa sociedade é uma hierarquia, um combate de relações de forças e poder, na
maioria das vezes abusivas. O maior desafio lançado para a nossa espécie é
encontrar o ponto de equilíbrio entre a civilidade e a barbárie, o coração e a
mente, o eu e o nós, a cidade e a floresta, a razão e a loucura, a cultura e a
natureza, a racionalidade e o INSTINTO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário