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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Educação x Reclusão



O Brasil investe mais de R$ 40 mil por ano em cada preso em um presídio federal, e enquanto isso gasta uma média de R$ 15 mil anualmente com cada aluno do ensino superior. Ou seja, gastam-se com presos quase o triplo do custo por aluno. Já os detentos de presídios estaduais, onde está a maior parte da população carcerária, a distância é ainda maior: são gastos, em média, R$ 21 mil por ano com cada preso — nove vezes mais do que o gasto por aluno no ensino médio por ano, R$ 2,3 mil. E olha que estamos falando numa média geral brasileira (o valor pode variar nos estados), porque se considerarmos um presídio de segurança máxima federal (no país existem quatro deles, que custaram em torno de 84 milhões de reais), o preso sai custando quatro vezes mais do que nos estados, tornando a distância com os investimentos nos alunos ainda maior. Agora imagine quantas escolas de qualidade dariam para levantar com R$ 84 milhões? O Ministério da Educação divulgou neste ano (2013) o novo Piso Salarial dos professores: R$ 1.567,00. Enquanto isso, o salário médio de cada agente penitenciário federal é de aproximadamente R$ 5,1 mil. Neste ano de 2013 o Governo anunciou o novo reajuste salarial do trabalhador brasileiro: aumento de 9% (R$ 56,00): dos antigos R$622,00 para R$678,00. Para manter um preso no modelo convencional de penitenciária estadual, o Governo gasta R$ 1,7 mil por mês (no presídio federal não é menos de R$ 7 mil por mês). Mas o foco não é o fato de que uma prisão custe muito ou que há sobreinvestimento no preso, pouco menos que o valor do salário de um agente penitenciário seja desmerecido, até porque sabemos as condições das penitenciárias brasileiras – insuficientes, superlotadas e de péssima infra-estrutura para o sonho de re-socialização do preso (algo não muito diferente da estrutura de muitas escolas públicas e o sonho de boa formação dos nossos alunos). O contraste de investimentos e as comparações explicitam dois problemas centrais: o baixo valor investido na educação e a ineficiência do gasto com o sistema prisional. Em ambos os casos está havendo fracasso: as escolas não estão conseguindo formar bem os seus alunos, os presídios não estão conseguindo recuperar os seus presos. E uma coisa acaba sendo conseqüência da outra, pois um aluno que tem sucesso escolar raramente abandona a escola e está mais longe de ser preso (vide reversa). Daí não será preciso gastar com a criação de nova vaga no presídio, que para o governo Federal fica cerca de R$ 35 mil. O Ministério da Justiça investiu, em 2008, cerca de R$ 350 milhões em todo o sistema penitenciário do país. O custo de um universitário (e para ele chegar aqui precisa ter feito uma boa educação básica), pelos gastos que uma universidade deve ter com pesquisa, deveria ser bem maior. É o custo de você formar um cientista, um médico, um engenheiro, um professor etc. Ao invés de comandar horrores de dentro das cadeias, o preso deveria trabalhar para bancar seus custos lá dentro e os custos de familiares que ficaram fora. Em vez de trabalhar tanto para pagar impostos que entre outras coisas custeiam os presos, o estudante brasileiro deveria estudar mais numa escola e educação de qualidade. Tem muita coisa invertida nesse país! 

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