Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e especialista em
psicopedagogia.
Não há apenas uma definição da
Filosofia, mas várias. E, além de várias, as definições não parecem poder ser
reunidas numa só mais ampla. Logo, cada definição possui limites e
possibilidades, sendo expressões que contém ou indicam alguns aspectos que
poderão entrar na definição da Filosofia.
Para mim, a Filosofia é o exercício da razão em busca do conhecimento, da liberdade
e da felicidade, fazendo do ser
humano a conjugação inter-relacionada de quatro verbos: pensar, sentir, falar e agir.
Baseado na obra “Convite à filosofia”,
de Marilena Chauí, Filosofia é:
01.
“A decisão de não aceitar como naturais, óbvias e
evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os
comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-los sem antes
havê-los investigado e compreendido”;
02.
“O instrumento com o qual serve para não darmos nossa
aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações”.
03.
“A exigência
humana de provas e justificações racionais que validem ou invalidem as crenças
cotidianas”.
04.
“Para Sócrates, começamos a buscar o conhecimento
quando somos capazes de dizer: “Só sei
que nada sei”. Assim, a Filosofia é a capacidade de reconhecer a própria ignorância e superá-la. É a busca da verdade.
05.
“Para Platão, a Filosofia começa com a admiração. Ela é um saber verdadeiro que
deve ser usado em benefício dos seres humanos para que vivam numa sociedade
justa e feliz”.
06.
“Para Aristóteles, a Filosofia começa com o espanto. Pois os homens começam e
começaram sempre a filosofar movidos pelo espanto. Aquele que se coloca uma
dificuldade e se espanta reconhece sua própria ignorância. De sorte que, se
filosofaram, foi para fugir da ignorância”.
07.
“Para Kant, as indagações fundamentais da Filosofia
são:
a) Que podemos saber? É a pergunta sobre o conhecimento, isto é, sobre os fundamentos do pensamento em geral e do pensamento científico em particular;
b) Que podemos fazer? É a pergunta sobre a ação e a expressão humana, isto é, sobre os fundamentos da ética, da política, das artes, das técnicas e da história;
c) Que podemos esperar? É a pergunta sobre a esperança de uma outra vida após a morte, isto é, sobre os fundamentos da religião. Assim, Filosofia seria o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer, o que pode fazer e o que pode esperar, tendo como finalidade a felicidade humana”.
a) Que podemos saber? É a pergunta sobre o conhecimento, isto é, sobre os fundamentos do pensamento em geral e do pensamento científico em particular;
b) Que podemos fazer? É a pergunta sobre a ação e a expressão humana, isto é, sobre os fundamentos da ética, da política, das artes, das técnicas e da história;
c) Que podemos esperar? É a pergunta sobre a esperança de uma outra vida após a morte, isto é, sobre os fundamentos da religião. Assim, Filosofia seria o conhecimento que a razão adquire de si mesma para saber o que pode conhecer, o que pode fazer e o que pode esperar, tendo como finalidade a felicidade humana”.
08.
“Para Marx, a Filosofia havia passado muito tempo
apenas contemplando o mundo e que se tratava, agora, de conhecê-lo para
transformá-lo, transformação que traria justiça, abundância e felicidade para
todos”.
09.
“Para Merleau-Ponty, a Filosofia é um despertar para
ver e mudar nosso mundo”.
10.
“Para Espinosa, a Filosofia é um caminho árduo e
difícil, mas que pode ser percorrido por todos, se desejarem a liberdade e a
felicidade”.
11.
“Para Descartes, a Filosofia é o estudo da sabedoria,
conhecimento perfeito de todas as coisas que os humanos podem alcançar para o
uso da vida, a conservação da saúde e a invenção das técnicas e das artes com
as quais ficam menos submetidos às forças naturais, às intempéries e aos
cataclismos”.
12.
“O mesmo se
disséssemos que o objeto da Filosofia não é o conhecimento da realidade, nem o
conhecimento da nossa capacidade para conhecer, mesmo se disséssemos que o
objeto da Filosofia é apenas a vida moral ou ética, ainda assim o estilo filosófico e a atitude filosófica permaneceriam os
mesmos, pois as perguntas filosóficas – o
quê, por que e como – permanecem”.
13.
“Uma operação
sistemática, com coerência e lógica, que tem uma vocação para compreender como
se relacionam, se conectam e se encadeiam num todo racionalmente compreensível
as coisas e os fatos que aparecem de modo fragmentado e desconexo em nossa
experiência cotidiana”.
14.
“O esforço
racional para conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de
sentido. Cabe à Filosofia a tarefa de conhecer a realidade inteira, provando
que o Universo é uma totalidade, isto é, algo estruturado e ordenado por
relações de causa e efeito, e que essa totalidade é racional, ou seja, possui
sentido e finalidade compreensível pelo pensamento”.
15.
“Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e
das práticas, que investiga e interpreta o significado de idéias gerais”. Etc.
Um forte abraço!
Neilton Lima.
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