Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e especialista em
psicopedagogia.
“Os nossos conhecimentos são os germes das nossas produções”. (Buffon)
A atual geração é pouco dedicada aos estudos. A
parte que ainda o faz, talvez não seja movida pelo desejo, mas pela necessidade
imposta das exigências sociais. O
prejuízo não é apenas para o próprio indivíduo, que ao aumentar sua ignorância,
também aumenta sua vulnerabilidade social.
O prejuízo é catastrófico para toda uma nação. Com pessoas menos instruídas
diminui também o número de cidadãos críticos (que não aceitam ideologias
manipuladoras), participativos (que não aceitam idéias autoritárias) e
autônomos (que criam projetos de vida com mais dignidade e qualidade, rumo a
uma sociedade melhor). A indiferença aos estudos faz toda uma nação se perder,
aumentando ainda mais as desigualdades sociais e, conseqüentemente, colocando a
todos nós sujeitos aos seus possíveis riscos.
É verdade que a qualidade técnica das nossas
escolas públicas não é das melhores. Entretanto, a raiz dos problemas da educação
no Brasil é muito mais político-social do que técnico. A sociedade fundada em
desigualdades sociais terríveis não dá as mesmas oportunidades para os filhos
da classe pobre aproveitar a escola e o que de bom ela possa ferecer (se ela fosse de
qualidade), como aproveita os estudantes das classes mais favorecidas. São critérios
que precedem o fator técnico de diferenciação baseados nas possibilidades de
poucos, e por se fundamentar na exclusão e afastamento dos menos aptos.
Que geração é esta, que não lê e disto nem se envergonha? Ora, é uma geração historicamente relegada e excluída da condição de se educar. Romper com os problemas da educação requer a paralela ruptura com os problemas sociais, e o começo deles é a superação das desigualdades sociais.
Um forte abraço!
Neilton Lima.
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