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“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Novas Idéias de um Pedagogo I

Por Neilton Lima*
Professor, pedagogo e especialista em psicopedagogia*
“Não é a compreensão que gera o ato, mas é muito mais o ato que produz a compreensão”.
LURIA

O desenvolvimento da linguagem escrita (simbolismo de segunda ordem), e do ser humano como um todo, acontece antes da criança ingressar na escola. Isso porque está ligado à história da criança (ela já está exposta aos elementos da cultura e à presença do outro, que se torna o mediador entre ela e a cultura). Logo, existem experiências como gestos, brinquedos, signos visuais, falas e desenhos (simbolismos de primeira ordem) nos primeiros períodos vivenciados por ela que servirão de base para a formação de um ser que se completa a cada dia. A escola e o professor não só devem reconhecer como também valorizar isso. Essa valorização pode acontecer através de uma prática pedagógica que dê continuidade e profundidade a essas experiências significativas e que trabalhem a seu favor (Lúria e Vygotsk).

 O gesto é signo visual inicial que contém a futura escrita da criança. Os gestos são a escrita no ar, e os signos escritos são, freqüentemente, simples gestos que foram fixados. Os jogos das crianças fazem com que objetos denotem outros por meio da imaginação e se transformem em brinquedos (é nessa substituição ou nesses gestos representativos que uns se tornam signos dos outros). Trata-se de uma atividade imaginária que gostaria de realizar de fato, mas que naquele momento era impossível. Por exemplo, o garoto transforma um cabo de vassoura em um cavalo e sai com ele galopando. Daí o desenho começa quando a linguagem falada já teve grande progresso, pois esta auxiliará na interpretação dos desenhos que as crianças fazem. O primeiro estágio do desenvolvimento da linguagem escrita é a linguagem verbal, que também é o ponto de partida do desenho, pois as crianças começam a desenhar de memória sobre aquilo de que começaram a conhecer.

Ora, se a escrita é a representação de objetos por meio de signos, ela é alto grau de abstração (o signo tem como finalidade representar a nossa fala, e não o mundo material. Por exemplo, quando escrevemos a palavra MAÇÃ, estamos representando o que falamos, quando a maçã está desenhada imediatamente nos vem à imagem real dela). Requer, portanto, memória, inteligência abstrata e capacidade de processar informação. Algo que a criança terá com o amadurecimento. Por isso é recomendável trabalhar com coisas concretas nessa fase, porque o escrever ainda não é utilizado como um instrumento a serviço da memória, mas o desenhar, sim. Ou seja, figuras simbólicas contendo um significado pessoal, além de serem mais significativas são o elemento inicial (simples representações) que, mais tarde se tornará a escrita (mnemônica, alfabética).

Tudo isso parece justificar um aprendizado dinâmico, criativo e paciente da linguagem escrita (e todas as outras formas de linguagem), e não apenas a prática de uma habilidade motora rigorosa e tradicional.  
Um forte abraço!
Neilton Lima.

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