Por Neilton Lima
Professor, pedagogo e especialista em
psicopedagogia.
Ninguém muda ninguém;
ninguém muda sozinho;
nós mudamos nos encontros.
Simples, mas profundo,
preciso.
É nos relacionamentos que nos
transformamos.
Somos transformados a partir
dos encontros,
desde que estejamos abertos e
livres
para sermos impactados
pela idéia e sentimento do
outro.
Você já viu a diferença que
há entre as pedras
que estão na nascente de um
rio,
e as pedras que estão em sua
foz?
As pedras na nascente são
toscas,
À medida que elas vão sendo
carregadas
pelo rio sofrendo a ação da
água
e se atritando com as outras
pedras,
ao longo de muitos anos,
elas vão sendo polidas,
desbastadas.
Assim também agem nossos
contatos humanos.
Sem eles, a vida seria
monótona, árida.
A observação mais importante
é constatar
que não existem sentimentos,
bons ou ruins,
sem a existência do outro,
sem o seu contato.
Passar pela vida sem se
permitir
um relacionamento próximo com
o outro,
é não crescer, não evoluir,
não se transformar.
É começar e terminar a
existência
com uma forma tosca,
pontiaguda, amorfa.
Quando olho para trás,
vejo que hoje carrego em meu
ser
várias marcas de pessoas
extremamente importantes.
Pessoas que, no contato com
elas,
me permitiram ir dando forma
ao que sou,
eliminando arestas,
transformando-me em alguém
melhor,
mais suave, mais harmônico,
mais integrado.
com suas ações e palavras
me criaram novas arestas,
que precisaram ser
desbastadas.
Faz parte...
Reveses momentâneos
servem para o crescimento.
A isso chamamos experiência.
Penso que existe algo mais
profundo,
ainda nessa análise.
Começamos a jornada da vida
como grandes pedras,
cheios de excessos.
Os seres de grande valor,
percebem que ao final da
vida,
foram perdendo todos os
excessos
que formavam suas arestas,
se aproximando cada vez mais
de sua essência,
e ficando cada vez menores,
menores, menores...
Quando finalmente aceitamos
que somos pequenos, ínfimos,
dada a compreensão da
existência
e importância do outro,
e principalmente da grandeza
de Deus,
é que finalmente nos tornamos
grandes em valor.
Já viu o tamanho do diamante
polido, lapidado?
Sabemos quanto se tira
de excesso para chegar ao seu
âmago.
É lá que está o verdadeiro
valor...
Pois, Deus fez a cada um de
nós
com um âmago bem forte
e muito parecido com o
diamante bruto,
constituído de muitos
elementos,
mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós
essa capacidade,
a de amar...
Mas temos que aprender como.
Para chegarmos a esse âmago,
temos que nos permitir,
através dos relacionamentos,
ir desbastando todos os
excessos
que nos impedem de usá-lo,
Por muito tempo em minha vida
acreditei
que amar significava evitar
sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser
ferido,
ter e provocar raiva,
ignorar e ser ignorado,
faz parte da construção do
aprendizado do amor.
Não compreendia que se
aprende a amar
sentindo todos esses
sentimentos contraditórios e...
os superando.
Ora, esses sentimentos
simplesmente
não ocorrem se não houver
envolvimento...
E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final:
ATRITE-SE!
Não existe outra forma de
descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem
significado.
Um forte abraço!
Neilton Lima.
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