São muitos os pretextos para consolidar o poder entre os mais ricos. Veja o atual governo norte-americano: eles têm o gabinete mais rico da história, repleto de bilionários e multimilionários. A riqueza imensa é agora vista como a melhor qualificação para comandar qualquer setor.
O faturamento da Trump Organization, no primeiro semestre de 2024, foi de cerca de US$ 51 milhões – e de cerca de US$ 864 milhões no primeiro semestre de 2025. Isso representa um salto de aproximadamente 1.600%! Quando o governo pede favores às grandes empresas, em troca, concede tratamento especial, incentivos fiscais e vantagens regulatórias aos seus favoritos – e são os contribuintes que pagam a conta.
Outro exemplo vem do atual grupo de bilionários da tecnologia, que se beneficia do acesso que tem à Casa Branca. Com um sistema tributário que já favorece fortemente os mais ricos, a plutrocracia atual inevitavelmente se transformará em uma nova elite hereditária, com famílias mantendo poder e privilégios por gerações.
O principal desses pretextos tem sido a trilha da meritocracia, com a pesada distração de fundo do bolsonarismo aqui e o negacionismo acolá. Vejamos alguns:
1. Prezar pela meritocracia através da desvalorização da experiência,
dotada de diplomas (comprados na Ivy
League), no intuito de dominar os negócios, o governo, a mídia e a cultura;
2. Essa meritocracia é transformada em um grupo de tecnocratas
presunçosos que perdem contato com a sociedade de onde vieram;
3. A mudança histórica que temos é a ascensão de uma elite baseada no
mérito. O que havia antes era uma rede de relações exclusivas na qual o
sobrenome, a religião, a escola preparatória e o clube certos garantiam sua
passagem para o topo;
4. O poder da meritocracia advém da ideia de que ela promove pessoas
com base em sua aptidão e excelência acadêmica. E de que até promove a
integração entre católicos, judeus, asiáticos e negros ao establishment. Teria
ela valorizado a competência acima da linhagem, e o trabalho acima do
patrimônio. Daí pregar uma educação de alta qualidade, evitando práticas que
não se baseiam no mérito, como admissões privilegiadas por tradição e cotas,
uma avaliação mais rigorosa e um respeito renovado pelas habilidades práticas;
5. Some a isso muita arrogância, prepotência e o favorecimento.
No quesito
bolsonarismo/negacionismo, temos:
6. Ataque frontal à elite dos especialistas;
7. Confiar no bom senso do político em vez das ideias dos
especialistas;
8. Ignorar as opiniões da comunidade médica sobre questões como as
vacinas;
9. Destituir funcionários que valorizam o profissionalismo acima da
lealdade pessoal;
10. Declarar guerra às ONG’s...
Enfim, os
piores governos escolhem seus líderes baseados em critérios de riqueza,
privilégios, talentos e nascimento. É assim que está nos EUA. As virtudes e o
bem comum são relegados.
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