Quem sou eu

Minha foto
São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
Professor, (psico)pedagogo, coordenador pedagógico escolar e Especialista em Educação.
Obrigado pela visita!
Deixe seus comentários, e volte sempre!

"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

Arquivos do blog

domingo, 21 de dezembro de 2025

Os 12 melhores Livros de 2025.

 Narrativas históricas, poéticas e sensíveis...

"Em tempos de redes sociais, estamos sendo treinados a revelar a vida íntima dos outros e a encobertar o debate público da política 'do nós'. Por quê? Por que fazer isso se toda história individual é também coletiva?" (NL Silva). 

Com base em um time de especialistas, formado por professores universitários, críticos literários e escritores premiados ao longo do último ano, foram escolhidos livros de qualquer país ou gênero literário, publicado no Brasil em 2025, e que foi um destaque na literatura neste ano. O resultado...

1.     “A Insubmissa”, de Cristina Peri Rossi (Editora Bazar do Tempo);

Romance de formação da infância e amadurecimento, com foco na rebeldia e no aspecto subversivo da autora pela luta de resistir às tentativas do mundo de aniquilar sua insubmissão. 

2.     “O Discurso Vazio”, de Mario Levrero (Editora Companhia das Letras);

Romance comprometido com o vazio, visando combater a paralisia sem livrar-se dela – uma literatura que subjaz ao tédio e à depressão. Feito por duas ideias principais, uma é atrevida e irônica, mostrando que uma mudança na letra serviria para alterar o comportamento de quem escreve, e assim ordenar a mente tomada pelo caos; a outra, o discurso vazio, é o registro discreto, deliberadamente monótono, capaz de capturar, nos incidentes cotidianos, a radiação de formas literárias ocultas. A narrativa se contorce numa espécie de sala de espera – onde nada acontece. Toda promessa de duração é sistematicamente interrompida por ruídos e forças externas, criando uma atração cuja chave é a iminência, e expectativa das coisas laterais. Enfim, o livro mira na doença que tomou conta da humanidade nas décadas seguintes: a dispersão, o excesso de estímulos, o cansaço... “Só as coisas inúteis são imprescindíveis para a alma. Contra a maquinaria do consumo, são as paisagens desérticas que fazem o tempo desacelerar”

3.     “Nossa Vingança É o Amor”, de Cristina Peri Rossi (Editora 34).

A história de uma mulher latino-americana que não se submeteu à ditadura, desafiou a moral e os bons costumes e faz um passeio pela história da América Latina, suas mulheres e sua literatura – uma história sobre desejo. 

4.     “Ajeum Bó: Histórias da Culinária Ancestral”, de Vovó Cici de Oxalá e Marlene da Costa (Editora baiana Segundo Selo).

Com abordagem textual sinestésica, multissemiótica e multimodal, centrada na literatura-terreiro: corpo negro, matrizes africanas e gêneros que vêm de tradições ancestrais, combinados em alimentos-palavra. Culinária afro-baiana e tradição africana e negro-brasileira pesam em nosso país. A obra permite o trabalho com as questões negras e africanas, dentro da perspectiva da lei 10.639/03. Seu texto literário se come com as mãos e os pratos deliciosos devem ser lidos diretamente no paladar como textos. 

5.     “Autobiografia do Algodão”, de Cristina Rivera Garza (Autêntica). 

Feito de escrita memorialística e política, ensaística, mas também fabulatória. A autora investiga a trajetória de sua família de agricultores até a chegada de seus pais ao ensino superior, perpassando, em paralelo, com a história contemporânea mexicana, nos lembrando que toda história individual é também coletiva

6.     “Ayaï! O Grito da Literatura”, de Hélène Cixous (Bazar do Tempo). 

Uma chama para ‘re-pensar a literatura’. E a tese da autora a respeito da escrita literária é a seguinte: “Quando o mundo se perde, o Eu se perde e essa perda não deixa de ser a chance de deixar falar os livros da biblioteca, de ouvir as cartas da pré-história, essas cartas que desmantelam o sentido e liberam os sons”. 

7.     “Batida Só”, de Giovana Madalosso (Editora Todavia).

Literatura para seres contemporâneos, o livro dá voz a uma mulher confrontada pela violência urbana e por uma arritmia grave. A narrativa pulsa no ritmo das urgências do corpo: o medo da próxima batida, a sexualidade travada pela química dos medicamentos, o embate entre fé e lógica, a conexão com outra dor além da própria, porque ‘é no flagelo do outro que nos tornamos mais humanos’. 

8.     “Consigo Inventar Tudo”, de Julia Barandier (Barandier).

O romance investiga e recria a figura de um antepassado da autora (o pintor Claude Barandier), com muita obsessão, para revelar uma pesquisadora que preenche as lacunas da documentação e da memória, borrando os limites entre realidade e ficção. 

9.     “Na ponta da Língua”, de Caetano W. Galindo (Companhia Das Letras).

Livro que leva a linguística para os leigos, com o mérito de tratar um tema árido de maneira leve. Ao percorrer a formação das palavras que nomeiam partes do corpo humano, o autor transmite princípios complexos de linguística e ensina os mecanismos de mudança dos idiomas sem deixar de polvilhar curiosidades históricas bem-humoradas. Ele seleciona um conjunto específico de palavras (as partes do corpo) e demonstra a universalidade dos conceitos tratados de modo instigante e intelectualmente honesto. Você descobre o quanto a etimologia pode ser pop se apresentada com o tom e a roupagem adequados. 

10.     “Natação”, de Luis S. Krausz.

Um romance do formação, dividido entre a rotina corporativa e estudos universitários ‘inúteis’, com um protagonista quebra-cabeça ao qual falta uma peça, em que, de forma sutil, um professor de natação procura ajudá-lo nessa procura por si mesmo. Como em uma natação, os fins importam, claro, mas é preciso atentar para o caminho que percorremos. Enfim, o livro prova que qualquer gênero narrativo, por mais explorado que já tenha sido na história da literatura, sempre rende bons frutos quando manuseado por autores talentosos. Ou seja, não existe tema ou modelo gasto, existem bons e maus ficcionistas. Estamos diante de um bom. 

11.     “Oswald de Andrade: Mau Selvagem”, de Lira Neto.

Uma biografia contemporânea de um autor-chave do modernismo brasileiro – genial, complexo e contraditório. A escrita é leve, a pesquisa é consistente e feito de bom humor. Oswald não é colocado nem num trono, nem num patíbulo, mas mostrado em seu lugar central na tradição literária do século 20. 

12.     “Poesia & Agora”, de Edimilson de Almeida Pereira.

Pense em uma escrita política no seu melhor sentido do termo... O autor tensiona a palavra e, a partir de tudo o que ela pode oferecer, indaga o país, a História, a vida ao redor. Com dicção sofisticada e tocante, acompanha nessas últimas décadas o que ocorreu, apontando o que não conseguimos ver, o que não queremos ver – tomando o mundo maior para que possamos, enfim, nos enxergar dentro dele e questionar nossa própria presença. 


Outras 12 sugestões...

1.     “A Árvore Mais Sozinha do Mundo”, de Mariana Salomão Carrara.

2.     “Tantra e Arte de Cortar Cebolas”, de Iara Biderman.

3.     “O Último dos Copistas”, de Marcílio França Castro.

4.     “Modernismo Negro de Jorge Augusto, de Jorge Augusto.

5.     “Gaiolas de Concreto Armado”, de Paula Novais.

6.     “O Invencível Verão de Liliana”, de Cristina Rivera Garza.

7.     “Malhada das Graúnas”, de Márcia Moura.

8.     “Ressuscitar Mamutes”, de Silvana Tavano.

9.     “Diário da Casa Nova”, de Lilian Sais.

10.  “O Bom Mal”, de Samanta Schweblin.

11.  “O Polonês”, de J.M. Coetzee.

12.  “Meu passado Nazista”, de André de Leones.

Nenhum comentário:

Postar um comentário