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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sábado, 22 de novembro de 2025

Evitar a volta da miséria.

De 1990 a 2025, o número de pessoas em extrema pobreza caiu de 2,3 bilhões para 800 milhões: a mortalidade infantil despencou e a expectativa de vida avançou como nunca. Sem dúvidas, essa foi a maior conquista moral do mundo moderno: a redução da extrema pobreza.

Desde a Revolução Industrial, a combinação de tecnologia, abertura comercial, produtividade e representatividade política fizeram reduzir os miseráveis de 90% da população mundial para 8%. Entretanto, a sombra da miséria pode voltar a assustar com força. A previsão é a de que nos próximos 15 anos, a extrema pobreza passe por uma fase de estagnação e, depois, volte a crescer. O que não é uma boa notícia, pois a humanidade está perdendo o impulso que a arrancou da miséria ancestral.

Embora existam recursos em excesso, faltam instituições sólidas e incentivos produtivos nas bases. Em outras palavras, o mundo está rasgando esse roteiro de sucesso:

1.     Retrocesso da globalização: o protecionismo volta a ser vendido como patriotismo econômico, apesar de suas consequências: menos produtividade, mais inflação, cadeias fragmentadas.

2.     Degradação institucional: Estados frágeis, sistemas políticos excludentes e economias sem competição. O problema é a diminuição do Estado, sua captura.

3.     Má priorização: Investimentos em nutrição e saúde infantil, educação básica ou pesquisa e desenvolvimento agrícola oferecem benefícios sociais gigantescos e custam uma fração dos subsídios distribuídos a setores privilegiados, mas seguem eclipsados por agendas de prestígio, favores políticos e lobbies corporativistas.

4.     Extremismos de direita não funcionam: tarifaços, protecionismos, negação do multilateralismo, ambição empresarial, privatizações, inércia ou encolhimento do Estado de bem-estar social. Enclausuram economias, punem consumidores, frustram a inovação e alimentam tensões geopolíticas. Em suma, empobrecem todos, mas principalmente os mais pobres.

A pobreza não é destino. É fruto dá má distribuição de renda e das desigualdades sociais, aliadas a incentivos ruins, privatizações gananciosas e equivocadas que primam pelo produzir, inovar e abrir portas, mas deixa de longe a repartição igualitária e equitativa.

Enfim, como se nota, o progresso não foi fruto de sorte, mas da agricultura familiar, de políticas públicas para o campo e instituições inclusivas – poderes na dose certa, governos representativos e regras claras. É preciso fortalecer as instituições inclusivas, garantir segurança jurídica e democrática, Estado forte, priorizar política sociais, reabilitar a agenda de integração comercial, diversificar cadeias, ampliar acordos comerciais... Tudo isso faz gerar oportunidades, incentivar investimentos, promover o crescimento sustentável e primar o esforço e a inovação, batendo na imoralidade da miséria para que nunca mais ela cresça ou se desenvolva.

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