A situação crítica na segurança pública pede moderação jurídica. É preciso enfrentar criminosos e proteger inocentes dos tiros da polícia. E o uso de câmeras corporais nas fardas/viaturas dos policiais, a obrigatoriedade de autópsia e a determinação para que a PF investigue organizações criminosas com alcance interestadual e internacional, além de suas conexões com agentes públicos, foram acertados.
Não se pode adentrar nas favelas com operações policiais sem moderação. Por outro lado, os civis pedem proteção das forças de segurança. As incursões são necessárias, mas o trabalho da polícia não pode ser indiscriminado. Afinal, algumas ações exigem excepcionalidade. O objetivo deve ser identificar as quadrilhas, seus líderes e modus operandi, em especial movimentações financeiras.
Helicópteros devem ser usados, mas com cautela. Afinal, os criminosos estão cada vez mais bem armados, e seu poder de força não pode superar o da polícia. Estamos falando de comunidades dominadas por traficantes e milicianos que subjugam moradores e levam terror ao estado. Essas quadrilhas tem de ser reprimidas.
A polícia precisa ter liberdade para fazer seu trabalho in loco. Mas isso não significa um salvo-conduto para dar tiros a esmo, pondo a população em risco. As ações devem ser bem planejadas, respeitar os cidadãos e proteger a vida de inocentes. Não há por que escolher entre a redução da letalidade policial e o combate ao crime. Não são objetivos excludentes.
Enfim, não se pode retirar todas as
marras que emperram o trabalho da polícia. Mas, é preciso monitorar suas
operações para evitar abusos e excessos. De um lado, o enfrentamento à
criminalidade; do outro, o combate à letalidade. Equilíbrio. Estará acertando
no alvo quando houver melhorias nos dados sobre letalidade e garantia de
bem-estar dos civis.
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