Segundo a mitologia romana, a matéria primordial do mundo é o Caos (força obscura de desordem e confusão). É a mais velha das formas de consciência divina (o abismo, o vazio primordial, a imensidão do espaço), força “Pai-Mãe” catabólica que gera pela separação, sem forma ou aparência clara. E o primeiro deus a sair dali foi Jano (Janus ou Ianus), protetor das entradas e saídas, dos inícios e dos fins, começos e términos (no mesmo ser). Com duas faces, uma voltada para o passado e a outra para o futuro (porvir), é o deus da mudança e da transição. Seu nome deu origem às palavras “janela” e “janeiro”.
Meio a dualismos, antagonismos ou sentidos distintos e opostos, onde buscar os fundamentos para a ordem pública, dada essa diversidade de opções que vai do nacional ao internacional? Não é possível compreender a divindade Jano sem considerar ambas suas faces, que coexistem no momento presente, influenciando-se mutuamente e não podendo ser interpretadas uma à exclusão da outra. O produto erótico disso (no sentido de junção e união) é o poder administrado ou a própria soberania.
Qualquer transição, conforme é sabido, implica em mudanças, na qual se verifica a coexistência do antigo e do novo. Uma face não deixa de existir para que a outra possa surgir. Aliás, 2024 entrou para o saldo e bem-vindo ao crédito Janeiro de 2025! Você também é pura transitoriedade. O “ano novo” precisa, de alguma forma, ser também um “novo ano”. Que o habitual evolua com o diferencial em nossas vidas! Afinal, também é o dia da Confraternização Universal e da Paz!
Enfim, um ano termina e outro
começa com a gente se perdendo para depois se encontrar pela aplicação de
regras comuns à ordem pública, princípios do Direito – disciplinar, corrigir, normatizar,
trazer previsibilidade e lidar com a insegurança, nessa dualidade entrelaçada
num mesmo ente estranhamente uniforme e padrão!
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