EPISÓDIO 01:
· Racismo, um tema que mobiliza os eleitores americanos.
- depois de 246 anos de escravidão nos EUA, e mais de 100 anos de segregação racial, legitimada pelo Estado através de Leis, e só acabou em 1965. Acabou? Não, nunca terminou.
- A probabilidade de afro americano ser preso é 5x maior do que um branco nos EUA.
- 8 em 10 o “Sonho Americano” não existe. Igualdade não se mostra no dia a dia. É a população que menos sai de casa para votar. Kamala pode mudar isso.
EPISÓDIO 06:
A eleição nos EUA é por Estado, não por voto. Cada Estado vale um número de pontos. O candidato que tiver mais votos num Estado, leva apenas o número de pontos dele. Para vencer, um candidato tem que somar 270 pontos! Só que na maior parte desses Estados já se sabe quem vai ganhar, porque tem tradição já tem tradição em quem votar – ou Republicano ou Democrata. É sempre assim! Quem pode causar alguma mudança são alguns Estados que não têm essa tradição: isso muda a cada eleição, quando a população fica dividida. Michigan, por exemplo, é um Estado bastante decisivo (quem vence por lá, costuma levar). Veja quais são:
·
Nos
EUA, cada um dos 50 Estados da Federação tem certo número de representantes,
numa instituição chamada de Colégio Eleitoral (com 538 delegados ao todo). Esse número total é
proporcional ao número de eleitores que cada Estado tem. No sistema do Colégio
Eleitoral, são esses representantes que determinam quem será o presidente (o
candidato mais votado no estado leva, obrigatoriamente, todos os seus delegados).
Ou seja, são necessários 270 delegados para eleger um presidente nos EUA. Com
44 ou 45 estados dá para saber com até 02 anos de antecedência se são mais
Democratas ou Republicanos (mas nenhum dos candidatos tem garantidos os 270
votos, por isso, os estados que sobram são os Swing States, os que têm o poder
de terminar que chegará aos 270 votos). Ou seja, um estado se transforma num
Swing States se deixar de ser previsível, isto é, ter uma maioria fixa de
eleitores inclinada e bem constatada a determinado partido (isso pode acontecer
com a dinâmica da imigração, por exemplo, ou por temas polêmicos e questões
ideológicas). Os Estados com mais delegados são: Califórnia (54); Texas (40); Flórida
(30); Nova York (28). Ganhou no Estado? Leva todos os representantes! Na
prática, é como se fossem 50 eleições separadas. Ou seja, cada Estado contribui
com o resultado final, com o peso proporcional ao tamanho da população. Estados
mais populosos têm mais representantes no Colégio Eleitoral (e isso soma o
maior número de votos para o vencedor daquele Estado). Enfim, por que os Estados mudam
ao longo do tempo? Ideologia, machismo, eleitores mais inclinados à direita, mudanças
demográficas, não dá para prever completamente (e nisso mora a graça, a tensão, a magia, e agora a violência e agressividade, de uma campanha/eleição).
·
O
peso e as inclinações políticas dos eleitores de origem árabe (é muito tempo e
dinheiro para cortejar esses eleitores).
- um grupo que
pode decidir o próximo presidente americano.
- árabes
americanos não estão nada satisfeitos com o apoio americano a Israel nas guerras
em Gaza e no Líbano. Eles não sabem como votarão neste ano...
- Os EUA são os
maiores aliados de Israel. Apoiaram a criação do Estado em 1948. Aos poucos se
tornaram aliados militares na região. Hoje, são responsáveis por 16% do
orçamento da defesa israelense. Cooperam muito em desenvolvimento de tecnologia
militar. É uma questão histórica de política de estado, que dependem pouco do
presidente em exercício.
- O atentado
terrorista do Hamas de 7 de outubro/2023, foi para Israel como o 11 de setembro/2001
para os EUA. O governo israelense continuará a guerra até aniquilar
completamente o Hamas, e até o Hezbollah parar de ameaçar israelenses perto da
fronteira libanesa.
- Antes da
Guerra, Biden tinha receio da ascensão da extrema direita em Israel. Mas,
quando o assunto é guerra, nunca há dúvida. EUA e Israel estão lado a lado, e
1/3 do eleitorado americano aprova o apoio americano aos israelenses (tano em
Gaza quanto no Líbano).
- Nesse momento,
não é a racionalidade que importa, mas se você é ou não humano. É difícil viver
num país que é claramente contra as pessoas que você ama.
- Apenas os
eleitores registrados como muçulmanos são 200 mil eleitores, a maior parte
desses votos foi para Biden na última eleição. E agora? A prioridade tem sido
acabar com o sofrimento.
- Dar voz aos que não têm, colocar um dos nossos no jogo, enfraquecendo os democratas. Mas... “Meu sonho é que as pessoas se sintam bem sendo quem elas são, com o que quiserem aprender e com a religião que queiram ou não seguir. Importante é ir em frente, e se for para voltar atrás, que seja para ir ainda mais longe, aonde quer que queira estar, com quem estiver, sem abusos ou violações das liberdades”.
“Cinturão
do Ação” por causa da instalação de fábricas na região durante a Revolução
Industrial no fim do século XIX-XX. Uma área que passou a ser chamada de “Cinturão da Ferrugem”, por causa do declínio
econômico nas décadas de 1970-1980, com o fechamento de negócios que não
resistiram à competição internacional. O eleitorado daí é formado
principalmente por trabalhadores insatisfeitos com a falta de perspectivas e de
retorno financeiro.
“Cinturão do Sol” porque o clima é mais quente. Foco no eleitorado latino e no negro, que podem decidir a eleição.
· De que forma o aumento do custo de vida impede que as novas gerações alcancem o chamado “Sonho Americano”?
- Os norte-americanos continuam entre os mais ricos do mundo, mas eles estão se sentindo muito pobres.
- O que é o “Sonho Americano”? Uma promessa de que cada nova geração viveria um pouco melhor que a anterior (só que essa promessa está, não só sendo frustrada, como revertida, isto é, está se vivendo pior. Resultado? Crises de drogas, opióides, suicídio, alcoolismo). Os americanos ainda estão entre os mais ricos do mundo, mas a quebra desse contrato de sonho, fez muita gente perder a esperança e estão bem frustrados.
- 1960: casa num bairro bom, ter bons estudos, cerca branca, uma esposa, 2 filhos, 1 cachorro, dinheiro suficiente para pagar seus gastos – e ainda sobrar um pouquinho (uma faculdade naquela época custava US$ 5 mil/ano, hoje, US$ 90 mil/ano; uma casa de US$ 89 mil, hoje, US$ 250 mil).
- Durante a Pandemia, o BC americano imprimiu US$ 5 trilhões para ajudar o Governo a pagar trabalhadores que não podiam trabalhar, e também para ajudar negócios, estados, municípios... Os americanos gastaram pouco e guardaram dinheiro na poupança: US$ 2 trilhões. Quando a pandemia acabou os preços subiram: hoje, em média +20% mais caro. Inflação acumulada da pandemia.
·
Algumas
diferenças da votação nos EUA x Brasil:
- a eleição nos
EUA é um dia comum, todos trabalham normalmente;
- os
norte-americanos não são obrigados a votar;
- 47 dos 50
estados, e a capital, permitem o voto antecipado, presencialmente ou pelo
correio.
- a abstenção
vem crescendo, na última, mais de 75 milhões de eleitores NÃO votaram (e olha
que foi a maior participação em 120 anos!). Principais razões para NÃO votar:
A) não acreditar em política; B) não achar que o voto faça a diferença; C) não
gostar de nenhum dos candidatos. O grande problema nos últimos anos foram as
dúvidas plantadas no processo eleitoral. Se as pessoas perdem a confiança, não dão ao trabalho de participar.
Um verdadeiro teste às instituições democráticas, sendo postas em xeque.
- Enfim, a
Democracia é uma escolha diária. Cada pessoa precisa participar, e votar, para
salvá-la. A participação do máximo de gente é importante, a começar pelo
engajamento das minorias e dos ativistas pelos direitos civis.
·
O discurso
negacionista de Trump:
- tom combativo e radical de ataques;
- dúvidas sobre
a integridade do processo eleitoral;
- alegação de
sua tentativa de assassinato;
- atirar contra
a imprensa das notícias falsas;
- até hoje
recusa a derrota de 2020;
- nunca devia
ter saído da Casa Branca;
- diz que a
oposição roubará a eleição;
- afirma que as
máquinas serão adulteradas;
- atacou
pesquisas eleitorais, sobretudo as desfavoráveis a elel;
- enfim, sem
apresentar provas de nada do que diz.
- condenado na Justiça, alvo de uma série de processos, acusado de ser antidemocrático, misógino e racista.
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