“Um resultado como este representaria a consagração, pelo voto popular, da violência política, da defesa da tortura, do negacionismo científico, da destruição de direitos, do descaso com os mais pobres, do desprezo com a cultura, com as minorias e com a democracia, além do vasto programa de destruição do meio ambiente”.
A esquerda deveria ter e saber jogar com 2 ou mais personalidades. Fechada em seu ego vaidoso, criticando e destruindo os seus, a direita soube direitinho tirar proveito disso. Vejamos:
·
Primeiro,
“o voto útil” esse nosso velho conhecido nas eleições, responsável por tantas
surpresas nas últimas campanhas eleitorais, volta a dar as caras.
·
RJ: Ramagem, candidato apoiado por Bolsonaro, tem leve melhora
de posição, mas é voo de galinha. Eduardo Paes vai levar. A candidatura da
esquerda de Tarcísio Motta tem aparecido estagnada (o candidato do PSOL tentou
a campanha inteira atrair os votos da esquerda para si, sem negar Lula).
Entretanto, o PT apostou no menor dos males, e apoia a reeleição de Eduardo
Paes. Até agora, no entanto, os que votaram em Lula no segundo turno da eleição
presidencial estão indo majoritariamente para Eduardo Paes, e é possível que a
campanha de voto útil tenha êxito entre a esquerda carioca para impedir que
Ramagem consiga ir ao segundo turno. CONCLUSÃO: Bolsonaro está capenga por
lá, êba!
·
SP: Direita usa estratégia de bater (cadeirada) na direita (em si)
até saltarem dois/duas candidatos/personalidades que se complementam (e quem
faz o exorcismo é a mídia, representada pelo apresentador/candidato, Datena, do
PSDB). Com seus dois candidatos brigando pela divisão do eleitorado
bolsonarista e caminhando de maneira quase independente nos últimos dias de
campanha, sem que o ex-presidente tente intervir.
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À esquerda, Lula foi tragado pelos incêndios (físico e moral), cuja
cortina de fumaça prejudicou a visibilidade que afastou o presidente não só da
candidatura de Boulos, mas do suporte de toda a sua base de esquerda pelo país.
Boulos vencerá a disputa, mesmo indo para o segundo turno? Dificilmente. O
problema da esquerda paulistana é não ter representante no segundo turno, o que
seria uma derrota de grandes proporções. A disputa acirrada pelo segundo turno
levou a que um grupo de artistas e intelectuais divulgasse texto defendendo o
voto útil a favor de Boulos, para impedir que a direita leve seus dois
candidatos ao segundo turno (trágico e certeiro).
·
A esquerda já apanhou muito e ainda não aprendeu. Anda muito
defasada em algumas escolhas, sem falar do tamanha da desunião demonstrada em
suas Federações. Egos inflados que brigam para se dividir (em vez de se unir),
tem apenas fortalecido a direita, o que não é bom.
·
Um
grupo de artistas e intelectuais que reúne também juristas, jornalistas e
empresários lançou um manifesto pregando o voto útil em Guilherme Boulos (PSOL)
para evitar que o segundo turno nas eleições para a Prefeitura de São Paulo
seja disputado por dois bolsonaristas. O texto do manifesto afirma que a frente
ampla “que impediu [Jair] Bolsonaro de permanecer no poder [ao derrotá-lo nas
eleições de 2022] precisa se levantar novamente para evitar que este segundo
turno de consagração do bolsonarismo aconteça”.
·
Bolsonaristas de todo o país se articulam para transformar o
próximo domingo em um momento de virada, que elegeria candidatos bolsonaristas
em muitas capitais do país. Esse bloco antidemocrático tem dois objetivos: 1) dar uma grande demonstração
de força e 2) colocar as máquinas de muitas prefeituras importantes a serviço
da candidatura presidencial do bolsonarismo em 2026.
· Diante disso, fazemos um chamado a todas as pessoas comprometidas com a empatia, a democracia, a humanidade e o futuro para que votemos, já neste domingo, em Guilherme Boulos.
Enfim, a direita está otimista numa
vitória importante no quadro nacional, mas deixa um futuro incerto. Tomara que
o voto útil frustre esse otimismo outra vez. Fizemos isso em 2022, que a
nacionalização repita isso outra vez!
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