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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 28 de outubro de 2024

O pobre de direita.

 “Raros são os camponeses que, ao serem ‘promovidos’ a capatazes, não se tornam mais duros opressores de seus antigos companheiros do que o patrão mesmo” (Paulo Freire).

O fenômeno dos “pobres de direita” é mundial. Essa gente se deixa levar pela sedução barata de cafajestes como Bolsonaro, Trump e Milei, hábeis em oferecer-lhes ilusões vãs por meio das redes sociais.

Aqui no Brasil, a origem do “pobre de direita” está no vazio deixado pelo fim das Comunidades Eclesiais de Base nas periferias a partir do final dos anos 1970, que acabaram gradativamente preenchidas pelos evangélicos, sem falar do tráfico e das milícias, donos dos territórios, enquanto a esquerda passou a pregar apenas para si.

Vivemos tempos em que tudo se transforma em premissa não pelas regras do silogismo, mas pelo estardalhaço das proposições materializadas nas telinhas e nas redes sociais. Isso vem ajudando na “institucionalização” desse “pobre de direita”.

A gigantesca categoria do “pobre de direita” sempre existiu, mas só agora se tornou fenômeno. Ela é o ponto de referência capaz de dar indicações a quantas anda a relação com aquele que o oprime, e a quem quase sempre almeja ser. Também por conta das últimas eleições e a ameaça do fascismo no Brasil, seus resultados têm apresentado dados objetivos de como os brasileiros vêm se comportando ideologicamente e, tristemente, desfavorável para a democracia. Estados e regiões que eram de esquerda, hoje se tornaram de direita, e vice-versa (quando se observa os desenhos dos Legislativos estaduais e federais, é flagrante o perfil mais à direita de ambos, uma tendência que cresceu nos últimos anos).

Há saída?

·       Cabe à classe trabalhadora, organicamente, impor reflexões nacionais-populares e críticas capazes de gerar um nível de “consciência de sujeito”, o sujeito histórico (que antagoniza com o “pobre de direita”), claro, capaz de influenciar as instituições burguesas no trato da educação (Gramsci).

·       O elemento essencial é a organização dos trabalhadores, que se faz sentir na educação e na cultura, e independe do maior grau de analfabetismo e do pouco acesso a direitos básicos. Alguma “consciência de classe” só poderá vir da “organização” (Paulo Freire e Myles Horton). 

comportamento conservador do brasileiro pobre é um mecanismo de defesa contra o “racismo” e as “humilhações do dia a dia”. Esse perfil, cada vez mais escravo das mentiras veiculadas pelas redes sociais, passou a apoiar governos fascistas de olhos fechados, os mesmos que lhes arranca os direitos básicos e ainda lhe impõe políticas neoliberais capazes de destruir o Estado de bem-estar social.

Enfim, precisamos diminuir ou erradicar os tripulantes bastardos dessa nave rumo ao fim do mundo. 

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