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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Eleições no interior da Bahia.

 

"A dinâmica da política municipal é diferente porque envolve uma lógica econômica, de acesso às oportunidades. Ganhar a prefeitura se estabelece com uma centralidade gigantesca do que a pessoa vai ser nos próximos quatro anos." Lógicas que prevalecem na gestão pública, gerando descontinuidade de serviços, apadrinhamentos como regra, favorecimentos de toda a ordem e ineficiência. Consequências? É só olhar, dentre outros, os índices de educação, saúde, criminalidade... Triste Bahia!

"O que está em jogo não é racional, de quem é o melhor. A pessoa não quer saber quem é o melhor para administrar, ela quer saber o time que ela torce. A paixão está acima da razão para uma parte da população".

Vix... Dos 417 municípios do nosso estado baiano, 214 têm só dois candidatos a prefeito nesta eleição. Têm festa nas ruas, famílias divididas e ultrapolarização...

Cidades se dividem em rivalidades históricas, com torcidas nas ruas, apostas e provocações.

·       Motocicletas envenenadas aceleram e fazem o motor roncar, emulando o som de fogos de artifício com o escapamento. Os da garupa empunham as bandeiras dos candidatos.

·       Mais adiante, mãe e filha operam uma mesa de som improvisada na carroceria de uma camionete e fazem tocar um paredão de caixas de som. O equipamento instalado em um reboque toca jingles em sequência e em volume máximo.

·       Ruas do centro estão apinhadas. Rente aos paredões, pulam, dançam e balançam as bandeiras.

·       Vive-se uma eleição marcada pela ultrapolarização, representada por uma rivalidade histórica entre grupos políticos locais.

·       As cidades se dividem em rivalidades dignas de futebol e vivem a eleição como uma espécie de campeonato, com torcidas nas ruas, provocações...

·       Em geral, são campanhas enraizadas em laços familiares e refletem uma cultura política que ainda traz resquícios do coronelismo;

·       Um grupo tinha um bigode preto e ganhou a alcunha de Boca Preta. Seu adversário, mais velho, ostentava um bigode grisalho e virou o Boca Branca. Os grupos eram ancorados em famílias tradicionais.

·       A política como paixão. "É como futebol. Tem gente que até briga mesmo, fecha a cara. Tem família que fica sem se falar, tem gente que aposta casa, aposta carro para ver se ganha. O povo é fanático."

·       Com uma dinâmica de ultrapolarização, costuma protagonizar disputas apertadas.

·       Mesmo eleitores que aprovam seu governo votam na oposição, por serem fiéis ao grupo político predileto. Este cenário de rivalidades históricas se replica em outras cidades baianas.

·       Em Conceição do Coité, a disputa eleitoral opõe tradicionalmente os Vermelhos e os Azuis, grupos cuja cor referência em nada tem a ver com batalhas ideológicas. Nas últimas eleições, como em um paradoxo, os Azuis foram representados pelo candidato do PT, que aboliu o vermelho da campanha.

·       A polarização se repete também em outros estados, mas os grupos tradicionais têm perdido força entre os eleitores mais jovens, que cresceram ancorados nas redes sociais e têm referências políticas que vão além da realidade local. "É como se houvesse uma extrapolação da esfera pública. O eleitor está em uma esfera mais ampliada, para além do que acontece no município. Isso mexe no jogo".

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