Em vez de criticar a Corte, inibindo-a com pressões políticas, é preciso ajudar os juízes de primeira instância e os ministros a desafogar processos parados. Só de janeiro a julho deste ano, chegaram à Corte 169.709 novos processos, além de 48.054 pedidos de liminares. Ou seja, com a escalada do extremismo, as coisas não estão nada boas para a barreira judiciária do país.
Por que será
o atual ministro do STF, Flávio Dino, sempre foi o alvo preferido do
ex-presidente Jair Bolsonaro para atacar aliados do presidente Lula? Bolsonaro
o tratava como “governador Paraíba” e
“comunista gordo”, entre outras
declarações preconceituosas ao seu estilo bizarro.
Algumas
razões:
·
Única
autoridade da República a enfrentar poderes de Arthur Lira, ministro resolveu
caso Marielle e agora cobra mais empenho contra fogo no Pantanal e Amazônia;
·
O
ministro maranhense do Supremo Tribunal Federal determinou que o governo
reforce ao máximo, no prazo de 15 dias, o batalhão de gente que trabalha no
combate ao fogo no Pantanal e na Amazônia. Vale também para as Forças Armadas.
·
Dino
despachou ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, 21 processos que
envolvem falcatruas nas emendas Pix ou de relator. No pacote, uma
bomba-relógio: a investigação da compra superfaturada de kits de robótica de
Alagoas. O escândalo envolve diretamente ex-assessores da intimidade do
presidente da Câmara, Arthur Lira. O inquérito havia sido arquivado, em
setembro de 2023, pelo ministro Gilmar Mendes.
·
O
STF aguarda até agora o dono de uma bolada de R$ 4 milhões apreendida em cofre
de uma empresa do policial civil Murilo Sergio Jucá Nogueira Junior, aliado de
Lira. Com a decisão de Gilmar, a grana poderia ser devolvida ao proprietário de
direito. Quem disse que apareceu uma vivalma para assumir a bufunfa?! Com medo
de ser apontado como corrupto, ninguém arriscou a pele.
· Lembre-se que foi graças ao empenho e determinação de Flávio Dino, ainda no Ministério da Justiça, que o caso do assassinato de Marielle Franco foi, finalmente, desvendado. Deu a palavra em 2023. Lembrei do épico diante do frio depoimento esta semana de Ronnie Lessa, no STF. O ex-PM reforçou a confissão: “matei por ganância”.
· Ainda nos tempos de Esplanada dos Ministérios, é importante recordar as operações da equipe do maranhense no combate às organizações criminosas, com o bloqueio inédito de R$ 7 bilhões das quadrilhas.
Enfim, queimadas, emendas Pix,
kit robótica: o bom combate de Flávio Dino!
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