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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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domingo, 18 de agosto de 2024

Despigmentação.

 

Há um objeto de controvérsia que embaraça ativistas políticos: o que é identidade racial? Ora, o comum é a despigmentação. Branco e negro são categorias morfofenotípicas criadas pelo pensamento colonial a partir da falsa ideia de raça. Não identificam, tentam classificar. 

Não existe identidade racial. Nem identidade humana que não seja construção social, uma ilusão estabilizadora das oscilações caóticas da consciência. Até mesmo a fonte da vida histórica é o caos (“chasko” = redemoinho) na constituição da realidade. 

Daí o medo das diferenças inerentes ao processo identitário. Identidade e homogeneidade foram, assim, conceitos-chave da filosofia política e da teoria social do nazismo. A igualdade deveria basear-se numa imaginária identidade coletiva ariana, com exclusão de todos os diferentes, supostas ameaças à homogeneidade. O Holocausto não foi apenas de judeus, mas também de ciganos, de negros, de homossexuais, de incapacitados, de comunistas

Daí nasceu uma percepção distorcida da ideia de “identidade negra” como estratégia de luta pelos direitos civis contra-hegemonia descolonial (é o identitarismo, lugar de fala exclusivo). E aí a América baseou sua democracia igualitária no chamado racismo, isto é, na construção da brancura como identidade central, geradora de um sentimento de distinção excludente de outras formas de representação social. 

Foi assim que no Sul, pele branca era sinal de nobreza, os escravistas adotavam modos aristocráticos dos franceses. O racismo americano cresceu como demanda de identidade e homogeneidade. Ilusão qualitativa, dominação hierárquica. 

Enfim, identidade não é essência assim como negro não é configuração lógica, mas posição dialética na dinâmica social ou um lugar que se ocupa ou ainda qualidade antropológica. Logo, toda identidade como essência é ilusória.  

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