Uma “Carta ao Comando do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro”, com participação de 12 coronéis, 09 tenentes-coronéis, 01 major, 03 tenentes e 01 sargento. Destes, quatro militares-coronéis são alvos principais: Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura (ambos da ativa) e Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso.
A carta foi encontrada no celular de Mauro Cid, tenente-coronel do Exército Brasileiro e ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), durante investigações da Polícia Federal.
A carta pedia:
- que o Exército
atuasse em uma ação de Garantia da Lei e da Ordem para impedir a posse de Lula,
defendendo que o mecanismo seria papel constitucional da Força para garantir a
preservação dos Poderes naquele momento. A GLO era vista por bolsonaristas como
ponto fundamental para o golpe planejado.
- pressionar o
comando da instituição a dar um golpe e impedir a posse do presidente eleito
Lula (PT).
- há possível
crime militar na redação e publicação do texto.
- O texto
produzido tinha como alvo o general Marco Antônio Freire Gomes, que comandava o
Exército naquele momento.
- A ideia era
que o documento fosse assinado por um grande número de oficiais.
- Assim que
começou a circular, o próprio Exército teria alertado aos fardados sobre os
riscos de adesão ao movimento.
- Os oficiais estavam
“sempre prontos para cumprir suas missões” e citavam ‘objetivos nacionais’
acima dos ‘interesses pessoais’.
- ‘coragem’ aos
soldados naquele momento: ““Covardia,
injustiça e fraqueza são os atributos mais abominados para um Soldado. Nossa
nação, aquela que entrega os maiores índices de confiança às Forças Armadas,
sabe que seus militares não a abandonarão”...
- pedia que os comandantes tomassem iniciativas para o “imediato restabelecimento da lei e da ordem, preservando qualquer cidadão brasileiro a liberdade individual de expressar ideias e opiniões”. O contexto do pedido era ofertar uma proteção aos golpistas acampados em frente ao quartel do Exército.
Outros pontos:
·
Oficiais
pediam golpe de Estado;
·
Segundo
investigações do próprio Exército, que apura a tentativa de golpe de Estado e
acusações de envolvimento de membros da corporação na tentativa golpista, 37
militares assinaram o documento na noite de 28 de novembro de 2022;
·
26
militares receberam punições disciplinares. Todos vão responder a Inquérito
Policial Militar.
·
15
dias após o segundo turno das eleições, houve um encontro do ex-presidente Jair
Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas, em que também estavam o então
ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o general Braga Netto.
·
Outro
detalhe é que a reunião não constou na agenda oficial do ex-presidente, e teria
ocorrido no Palácio da Alvorada.
·
Mauro
Cid, até então o “faz tudo” de Bolsonaro, recebeu um estudo sobre o “poder
moderador” de militares, tese adotada por bolsonaristas para justificar um
possível golpe militar.
·
Mauro
Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, revelou em delação que o
ex-presidente se reuniu com a cúpula das Forças Armadas e ministros da ala
militar para discutir a possibilidade de golpe militar no país. Segundo a
delação, no encontro se tratou de detalhes de uma minuta considerando uma
intervenção militar. O objetivo seria impedir a troca de governo no Brasil.
·
O
almirante Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, teria dito a
Bolsonaro na ocasião que a tropa comandada por ele estava “pronta para aderir a
um chamamento” do ex-presidente. Em contraponto, a chefia do Exército afirmou
que não embarcaria no golpe.
Conclusão:
Precisamos apoiar, reescrever e ser o
jornalismo que chama as coisas pelo nome. Depois
de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente
normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam
a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a
brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os
frágeis alicerces da governança mundial. É preciso pensar, escrever e
agir sem o apoio de bancos e fundações. Sobreviver, unicamente, do trabalho, de
projetos e contribuições de parceiros de luta.
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