Madonna quebrou vários tabus. Misturou (com gosto) sexo e religião. Transformou o crucifixo em acessório de moda (dizia gostar do símbolo cristão por causa do homem nu que havia nele). Elevou a vulgaridade ao status de arte? “Sexy sem ser vulgar?”.
Madonna se
objetificou? Fez o feminismo retroceder?
A feminista do sutiã
petulantemente pontiagudo e as que queimavam (literal ou metaforicamente) sutiãs
por considerá-los símbolos de opressão nunca foram o melhor exemplo de
sororidade (a prática de empatia, confiança, cooperação e acolhimento entre
mulheres). Na contramão do identitarismo, tampouco vitimizou mulheres, pretos,
gays, latinos. Preferiu celebrá-los.
Enfim, Madonna também se arriscou a envelhecer (esse pecado!). Chegou à terceira idade, influente e em forma. Qual o poder que ela ainda tem no final da carreira? Aí está, um show catártico em Copacabana, no Rio de Janeiro, enquanto outro rio causa catástrofes – o Rio Grande do Sul.
Madonna, patrocinada pelo Itaú, e cortejada pela mídia, é uma feminista de elite. Tão perigosa quanto os evangélicos conservadores, só que no outro extremo do polo.

Nenhum comentário:
Postar um comentário