Do Velho Mundo não tem saída fácil. Hoje, ele se traduz como a dinâmica entre identidade normativa x identidades de resistência. Assim, eis as duas grandes tendências conflitantes que moldam o mundo de hoje: a globalização e a identidade.
Essas categorias básicas da existência vêm sendo ameaçadas pelos assaltos, ao mesmo tempo combinados e conflitantes, de forças tecnoeconômicas e de movimentos sociais transformadores, cada um usando o novo poder da mídia para promover suas ambições. Disso resultam dois movimentos:
1) as origens, os propósitos e os efeitos de movimentos ativistas como o feminismo e o ambientalismo, que visam a transformar as relações humanas em seu nível mais fundamental;
2) movimentos conservadores, que constroem trincheiras de resistência em nome de Deus, da nação, da etnia, da família ou da localidade.
Entre
essas duas tendências opostas, o Estado-Nação é posto em questão, arrastando em
sua crise a própria noção de democracia política. Daí o crescimento da
desigualdade, da polarização e da exclusão social em todo o mundo.
· Identidades em
jogo:
1) Legitimadora: é normatizadora (é a comunidade europeia), rica, representada pelos liberais ocidentais e que realizaram a globalização e tinha como dinâmica o capital, travestido de anjo da liberdade e da igualdade. A inteligência pública é transformada num nicho específico dentro da identidade normativa “rica”.
2) A de Projeto: exemplificada pelo feminismo e pelo ambientalismo (pelo movimento LGBTQIA+), infelizmente se caracteriza não como uma negação da identidade normativa, mas como um esforço para fazer essa identidade normativa convidá-la para seus círculos de poder (esse foi propósito do show de Madona x Pablo Vittar). Os departamentos de diversidade do capitalismo hoje estão nessa direção. A identidade de projeto está sendo melado para só querer ter um capitalismo para chamar de seu. Uma sacada para levar a esquerda. O problema é que, identidades sem reprodução são condenadas à extinção. Se seguir essa linha, a direita vai engolir as identidades de projeto e depois digeri-las, ficando apenas com seus nutrientes. Na atualidade, para dar conta disso, há um “cordão sanitário” sendo posto ao redor dessas identidades, para que elas não contaminem as democracias, escancarando como os demais no fundo ver esse “projeto”: de massa de manobra.
3) A de Resistência: com vocação à defesa das
comunidades que recusavam a globalização. Sombra, no sentido junguiano, diferente
da identidade de projeto, teria como intenção pôr fogo no parquinho do
capitalismo globalizado festivo. São “nativos” por oposição às invasões
bárbaras.
- são
inimigos da “sociedade aberta”; com liberdade para ser “nós mesmos”, com nossos
hábitos “ancestrais”...
- O que fazer com os refugiados? E a população muçulmana?
· Os perigos que a democracia enfrenta hoje.
Partindo da democracia norte-americana, 2 movimentos:
1)
o capitalismo
liberal de paz e prosperidade, anseios de liberdade, liderança e de
autogoverno;
2) as crenças do mercado corroendo os laços comunitários e um sentimento crescente de impotência, que tomou conta de boa parte da população subitamente excluída da divisão da riqueza, consolidaria insatisfações que se materializaram em uma radical retomada de valores nacionalistas e conservadores.
É essa reação que vemos, agora, encarnada em disputas políticas nos EUA, uma nação dividida a qual, muitas vezes, parece se posicionar contra si mesma – polarização política e empurraram as instituições americanas à beira do precipício, como o furor conspiratório que culminou na invasão do Capitólio, em 2021, mas também a batalha entre as benesses do Estado de direito e o obscurantismo das redes de ódio, das fake news e da intolerância política.
A) a
flexibilização extrema do trabalho
B) a
individualização da mão de obra
C) uma
estrutura social altamente segmentada.
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