· A renda média do trabalhador cresceu 4,7% em relação ao ano passado e está em R$ 3,151 mil por mês (a massa salarial – soma dos ganhos de todos os trabalhadores do país – chegou a R$ 313,1 bilhões mensais, novo recorde da série histórica);
·
A
ocupação bate recorde. O número de brasileiros ocupados (100,8 milhões) é o
maior da série histórica, desde 2012. Desses, são 38,1 milhões com carteira
assinada no setor privado, índice mais alto já registrado;
· O desemprego ficou estável: 7,5% (melhor que as previsões do mercado 7,7%), com 8,2 milhões de brasileiros em busca de uma vaga;
·
Também
bateu recorde o número de trabalhadores sem carteira no setor privado, com 13,6
milhões de brasileiros nesta forma de inserção no mercado. Foi registrada
estabilidade no trimestre e alta de 6,4% (mais 813 mil pessoas) no ano.
·
No
acumulado do ano (janeiro a abril), o saldo foi de 958.425 empregos criados. Em
abril, as contratações foram puxadas pelos setores de serviços, com 138.309 postos e pela indústria, que criou 35.990 vagas. A agropecuária teve o desempenho
mais fraco entre os cinco principais setores.
· Atualmente, há 46,475 milhões de pessoas trabalhando com carteira assinada.
·
O que ajuda a explicar os números?
1.
Medidas
que injetam dinheiro na economia;
2.
A
política de aumento real do salário mínimo;
3.
Pagamento
de precatórios pelo governo;
4.
Retomada
dos serviços às famílias;
5. A alta do consumo pode forçar uma atuação mais cautelosa do BC para conter a inflação;
6.
A
queda dos juros e da inflação têm contribuído para o bom desempenho do mercado
de trabalho quando se compara com o ano passado;
7.
Outro
fator é a informalidade, que é muito significativa na composição da população
ocupada no país, e tem ficado estável nos últimos trimestres. A forma de
inserção que tem crescido é o dos trabalhadores formais;
8. Parte desse movimento pode ser explicado pela política fiscal expansionista, reajuste real do salário mínimo, pagamento de precatórios (dívidas da União sem possibilidade de recurso na Justiça) e retomada gradual dos serviços prestados às famílias, mais intensivos em mão de obra.
9. A estabilidade da taxa de desemprego é reflexo da redução no número de dispensas no comércio, movimento mais forte no primeiro trimestre.
10. Foi observado um aumento da ocupação na administração pública, saúde e educação. É neste período (eleitoral) que são recontratados os profissionais da educação pública, sobretudo do ensino fundamental.
·
Desemprego tem menor taxa em 10 anos, desde 2014 (trimestre
encerrado em abril)! Mercado
aquecido leva a maior índice de empregos com e sem carteira no setor privado.
·
Todos esses dados confirmam o cenário de aquecimento do mercado de
trabalho no primeiro semestre em linha com a atividade econômica – o que é
muito bom para o trabalhador.
·
Mas, essa alta dos salários pode fazer o BC manter os juros altos
por mais tempo. Com mais renda disponível, aumenta o consumo e isso pode ter
reflexo nos preços. Ou seja, isso impõe alguma restrição à política monetária. Com
o mercado de trabalho mais aquecido, os empregadores devem reajustar os
salários acima dos ganhos de produtividade e repassar o aumento de custo aos
preços. Por isso, o mercado de trabalho deve pressionar a inflação de serviços,
que por enquanto tem se mantido comportada, apesar de as previsões estarem
subindo. Assim, a contínua piora das expectativas de inflação pode levar a
autoridade monetária a pausar o ciclo de cortes no atual patamar de 10,5% ao
ano da Selic (juros básicos da economia).
·
Opa! Um mercado de trabalho forte para o período de fevereiro e
abril, época tradicionalmente fraca para criação de vagas, é um ótimo sinal. A
questão é se essa melhora continuará nos próximos meses, afinal, o mercado
formal mostra uma nova dinâmica depois da saída da crise da pandemia. E gerar
muito emprego e de forma consistente depende do PIB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário