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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sexta-feira, 3 de maio de 2024

A (in)tolerância vem da crença.

 

Sabe por que apesar dos cortes gerais e da forte recessão, a popularidade do presidente argentino de ultradireita surpreende entre 47% e 51% de aprovação? Porque há a crença de que o país vai melhorar – isso explica tamanha tolerância. Isso também vale para Donald Trump (nos EUA) e o inelegível ainda não preso aqui no Brasil.

Ora, o que você acha que faz o povo tolerar fome, dor e tanto sofrimento? A crença de que as coisas um dia irão melhorar na vida eterna, no paraíso. A instrumentalização da fé na política tem essa pretensão e poder de captar a tolerância à desigualdade e manter o status quo da elite.

Nessa tese há outro ingrediente com poder de fermento. É a diligente mobilização digital, empresarial e logística – os flashmobs. As aglomerações ainda provocadas pelo inelegível em terminais aeroportuários e eventos que convoca têm um componente orgânico e grandes doses de arregimentação minuciosamente cuidada. Por trás disso, a pretensão de continuar driblando os inquéritos e/pela comoção popular visando a reabilitação eleitoral do inelegível.

As Eleições Municipais servem de vitrine para a Eleição Presidencial. A direita está cuidando para construir o seu maior padrinho eleitoral, isto é, quem tem mais poder de reunir mais apoiadores. Esse é foco canalizado pelo show luxuoso de Madona no Rio de Janeiro e desastre ambiental/social causado pelas chuvas no Rio Grande do Sul. Afinal, há coisa mais impactante do que estocar sofrimento em uma ponta e liberar emoções na outra?

De volta ao centro da governabilidade a questão da comunicação.  A assessoria de Lula precisa produzir marketing político eficiente, jogando com forças psicanalíticas e o poder dos símbolos. A conexão com o eleitorado precisa ser tomada do Big Brother Brasil, da Copa Feminina de Futebol, da cobertura das catástrofes no Rio Grande do Sul e do show de uma encapuzada bruaca patrocinada pelo Itaú (sim, Madona). Comunicar politicamente é se conectar com o eleitorado e mostrar as realizações e os projetos de sua administração. É lapidar características que aumentam a aceitação de si no grupo e trabalhar pela própria campanha enquanto constrói a campanha dos companheiros, evitando prejuízos financeiros e desgaste de imagem.

Enfim, tanto em Bolsonaro quanto em Lula há uma percepção de que as coisas irão melhorar. A diferença é que em Lula elas realmente melhoram. Em Bolsonaro, não. O materialismo de Lula é uma coisa; o idealismo de Bolsonaro é outra. Ali você tem o poder; aqui, o poder que te tem.

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