A História é o estudo de todos os crimes do mundo.
Os dois crimes principais são: as guerras e deixar passar oportunidades capazes de mudar a própria História para melhor. Seria a mesma coisa se não fosse uma guerra híbrida. Tempos de estratégia militar que mescla táticas de guerra política, guerra convencional, guerra irregular, e ciberguerra com outros métodos de influência, tais como desinformação, diplomacia, lawfare e intervenção eleitoral externa.
Então vamos falar das guerras, não apenas as explícitas (mano a mano), mas as muitas camufladas por meio de atentados terroristas, ataques cibernéticos, assassinatos e agentes intermediários.
Parece que essa coisa autoritária do “quem manda aqui” nunca cessará na história humana. Tentaram pelo viés da soberania nacional como direito fundamental à autodeterminação, mas aí veio a IA. De quem será a soberania digital? Terá o Brasil a capacidade de compreender, desenvolver e regular os sistemas de IA? Para isso terá de considerar a capacidade computacional, com mercado de semicondutores, unidades de processamento e, criticamente, servidores de computação em nuvem (um mercado que já cresceu 20% neste ano, mas que está concentrado nas mãos de pouquíssimas empresas: Amazon, Microsoft e Google).
Além de regular a IA precisamos desenvolver IA. Não podemos é virar de novo uma colônia digital, refém de decisões alheias, pois a história analógica já a conhecemos. Os caminhos são estes: dados, algoritmos, capacidade computacional, conectividade significativa, energia elétrica, recursos humanos capacitados, cibersegurança e um marco legislativo capaz de regular os riscos da IA de maneira efetiva. Todos esses caminhos estão interligados, carecendo de mecanismos de governança, regulação, pesquisa e desenvolvimento para cada um. O Brasil precisa ter uma estratégia atual e completa sobre eles.
Em outras, e poucas palavras, estou dizendo que o Governo precisa ter sua própria plataforma de computação em nuvem para garantir soberania e privacidade dos seus dados, ou será presa fácil.
A vantagem é que essas infraestruturas de computação em nuvem dependem de enormes quantidades de energia e água para resfriamento. E o Brasil é líder global em energias renováveis e, na agenda ambiental, logo pode liderar uma visão de IA soberana e sustentável. Nota: não é coincidência que a OpenAI e a Amazon estejam investindo em energia nuclear.
Então aí vão algumas dicas:
1. Temos alta
capacidade censitária em bases de dados capilarizados e diversas. Resta saber
usá-las;
2. Há 5 anos já
temos a Lei Geral de Proteção de Dados, resta sua aplicação mais eficiente;
3. Com relação aos
algoritmos, o Brasil deve não somente considerar a regulação de risco, mas
apostar em talentos nacionais – que existem e devem ser fortalecidos;
4. Promover o
desenvolvimento de modelos abertos de IA, replicando o pioneirismo do governo
Lula 1 com a política de software livre;
5. Também
precisamos pactuar a evolução do ecossistema brasileiro de IA com base na
cibersegurança, na conectividade significativa, na educação e na justiça
socioambiental;
6. Nem todos os
países poderão ser capazes de elaborar e implementar as demandas necessárias
para uma soberania de IA, sobretudo no Sul Global. Nesse contexto, a cooperação
internacional é essencial. Ser soberano não significa ser isolado;
7. Por fim, não se trata de competir com as potências de IA, mas de entender o funcionamento da IA e escolher que futuro queremos. Que ele seja menos autoritário e controlado, e mais democrático.
Enfim, e vamos vivendo, insistindo no imenso encontro
marcado – e sempre adiado – do mundo democrático com a História.
Distribuição de Medicamentos no SUS.
Não pode haver falta de comunicação integrada entre Governo Federal, Estados e Municípios para não impactar a distribuição eficiente de medicamentos e vacinas pela rede do SUS, o que prejudicaria seriamente o tratamento de pacientes.
De 2015 a 2023 o Governo Federal perdeu R$ 2,08 bilhões com insumos inutilizados (imunizantes, remédios, anti-inflamatórios, anestésicos). Destes, R$ 1,2 bilhão só em 2023. Razão? A Pandemia aliada a uma péssima gestão bolsonarista impactou qualquer planejamento para o uso dos medicamentos, tendo diminuição de vários serviços e programas no governo do inelegível, com todos os serviços voltados para o atendimento da Covid-19. Isso impactou o controle e tratamento de várias doenças.
Funciona assim: o Ministério da Saúde envia os medicamentos para os Estados, que armazenam em depósitos e depois são distribuídos aos municípios. Assim, para evitar desperdícios, é preciso melhorar a comunicação entre os estoques para aperfeiçoar os processos de compra e remanejamento (a sobra ser enviada para onde há falta), distribuindo responsabilidades.
Enfim, aí aqui também entra o debate sobre uso de dados e tecnologias na gestão pública. É preciso criar e operar um sistema que interliga as informações de toda a cadeia. Também montar um grupo de trabalho para analisar o volume e validade dos medicamentos comprados na gestão anterior. Entender o estoque, ver seus prazos de validade, minimizar perdas. Desse modo, trabalhar em um sistema de informação que permita seguir todo o percurso do produto – da saída à chegada ao usuário do SUS.
Outro exemplo prático...
·
A
PF abriu inquérito para investigar (05/04) invasão no Sistema
Integrado de Administração Financeira. O Governo usa o SIAF para fazer
pagamentos. A invasão ou se deu por uma falha no processo de autenticação,
exigido para acessar o sistema, ou por um ataque Hacker. Os invasores usaram
credenciais de acesso obtidas de maneira irregular (conseguindo login e senha).
Houve tentativa de realizar operações financeiras.
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