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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 21 de abril de 2024

O que é História na era digital?

 A História é o estudo de todos os crimes do mundo.

Os dois crimes principais são: as guerras e deixar passar oportunidades capazes de mudar a própria História para melhor. Seria a mesma coisa se não fosse uma guerra híbrida. Tempos de estratégia militar que mescla táticas de guerra política, guerra convencional, guerra irregular, e ciberguerra com outros métodos de influência, tais como desinformação, diplomacia, lawfare e intervenção eleitoral externa.

Então vamos falar das guerras, não apenas as explícitas (mano a mano), mas as muitas camufladas por meio de atentados terroristas, ataques cibernéticos, assassinatos e agentes intermediários.

Parece que essa coisa autoritária do “quem manda aqui” nunca cessará na história humana. Tentaram pelo viés da soberania nacional como direito fundamental à autodeterminação, mas aí veio a IA. De quem será a soberania digital? Terá o Brasil a capacidade de compreender, desenvolver e regular os sistemas de IA? Para isso terá de considerar a capacidade computacional, com mercado de semicondutores, unidades de processamento e, criticamente, servidores de computação em nuvem (um mercado que já cresceu 20% neste ano, mas que está concentrado nas mãos de pouquíssimas empresas: Amazon, Microsoft e Google).

Além de regular a IA precisamos desenvolver IA. Não podemos é virar de novo uma colônia digital, refém de decisões alheias, pois a história analógica já a conhecemos. Os caminhos são estes: dados, algoritmos, capacidade computacional, conectividade significativa, energia elétrica, recursos humanos capacitados, cibersegurança e um marco legislativo capaz de regular os riscos da IA de maneira efetiva. Todos esses caminhos estão interligados, carecendo de mecanismos de governança, regulação, pesquisa e desenvolvimento para cada um. O Brasil precisa ter uma estratégia atual e completa sobre eles.

Em outras, e poucas palavras, estou dizendo que o Governo precisa ter sua própria plataforma de computação em nuvem para garantir soberania e privacidade dos seus dados, ou será presa fácil.

A vantagem é que essas infraestruturas de computação em nuvem dependem de enormes quantidades de energia e água para resfriamento. E o Brasil é líder global em energias renováveis e, na agenda ambiental, logo pode liderar uma visão de IA soberana e sustentável. Nota: não é coincidência que a OpenAI e a Amazon estejam investindo em energia nuclear.

Então aí vão algumas dicas:

1.     Temos alta capacidade censitária em bases de dados capilarizados e diversas. Resta saber usá-las;

2.     Há 5 anos já temos a Lei Geral de Proteção de Dados, resta sua aplicação mais eficiente;

3.     Com relação aos algoritmos, o Brasil deve não somente considerar a regulação de risco, mas apostar em talentos nacionais – que existem e devem ser fortalecidos;

4.     Promover o desenvolvimento de modelos abertos de IA, replicando o pioneirismo do governo Lula 1 com a política de software livre;

5.     Também precisamos pactuar a evolução do ecossistema brasileiro de IA com base na cibersegurança, na conectividade significativa, na educação e na justiça socioambiental;

6.     Nem todos os países poderão ser capazes de elaborar e implementar as demandas necessárias para uma soberania de IA, sobretudo no Sul Global. Nesse contexto, a cooperação internacional é essencial. Ser soberano não significa ser isolado;

7.     Por fim, não se trata de competir com as potências de IA, mas de entender o funcionamento da IA e escolher que futuro queremos. Que ele seja menos autoritário e controlado, e mais democrático.

Enfim, e vamos vivendo, insistindo no imenso encontro marcado – e sempre adiado – do mundo democrático com a História. 



Um exemplo prático... 

Distribuição de Medicamentos no SUS.

Não pode haver falta de comunicação integrada entre Governo Federal, Estados e Municípios para não impactar a distribuição eficiente de medicamentos e vacinas pela rede do SUS, o que prejudicaria seriamente o tratamento de pacientes.

De 2015 a 2023 o Governo Federal perdeu R$ 2,08 bilhões com insumos inutilizados (imunizantes, remédios, anti-inflamatórios, anestésicos). Destes, R$ 1,2 bilhão só em 2023. Razão? A Pandemia aliada a uma péssima gestão bolsonarista impactou qualquer planejamento para o uso dos medicamentos, tendo diminuição de vários serviços e programas no governo do inelegível, com todos os serviços voltados para o atendimento da Covid-19. Isso impactou o controle e tratamento de várias doenças. 

Funciona assim: o Ministério da Saúde envia os medicamentos para os Estados, que armazenam em depósitos e depois são distribuídos aos municípios. Assim, para evitar desperdícios, é preciso melhorar a comunicação entre os estoques para aperfeiçoar os processos de compra e remanejamento (a sobra ser enviada para onde há falta), distribuindo responsabilidades.

Enfim, aí aqui também entra o debate sobre uso de dados e tecnologias na gestão pública. É preciso criar e operar um sistema que interliga as informações de toda a cadeia. Também montar um grupo de trabalho para analisar o volume e validade dos medicamentos comprados na gestão anterior. Entender o estoque, ver seus prazos de validade, minimizar perdas. Desse modo, trabalhar em um sistema de informação que permita seguir todo o percurso do produto – da saída à chegada ao usuário do SUS.


Outro exemplo prático...

·       A PF abriu inquérito para investigar (05/04) invasão no Sistema Integrado de Administração Financeira. O Governo usa o SIAF para fazer pagamentos. A invasão ou se deu por uma falha no processo de autenticação, exigido para acessar o sistema, ou por um ataque Hacker. Os invasores usaram credenciais de acesso obtidas de maneira irregular (conseguindo login e senha). Houve tentativa de realizar operações financeiras. 

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