A direita apostou todas as suas fichas na ignorância e no besteirol. A aposta é um método observável – o burro carrega cangalhas sem reclamar.
O bolsonarismo é um ato falho que tenta
sobreviver em nossas fraquezas. Entenda fraqueza como suspensão das regras da
razão. Algo semelhante ao carnaval, quando o profano é sacralizado e o sagrado,
profanado. Ele consegue se infiltrar nessas brechas. Outro exemplo vem da
ciência que não deve ser confundida com dogma (religião). A ciência é feita de
suposições cuja validade dura apenas até ser superada por entendimentos mais
abrangentes. Ou seja, o caminho sugerido hoje pode não ser mais eficiente
amanhã. E o público tem que entender isso como aperfeiçoamento e não
desconfiança. Mas, a tarefa não é fácil de ser executada em mentes moralistas.
Cérebros dispostos a acreditar não vão contestar recomendações, rever teses, pensar sobre instruções ou compreender aperfeiçoamentos.
Uma parte dos livros está sendo descartada; outra, esquecida. O que resta, sendo reescrita pelas fake news. Enquanto uma ponta não consegue se alfabetizar, a outra ponta passa por um forte movimento retógrado dos níveis de escrita – querem nos retroceder às garatujas e transformar a palavra em pura imagem.
E o mau exemplo vem de cima. Collor e FHC liam a cartilha da privatização; Michel Temer lia bulas de Impeachment; Jair Bolsonaro lia, no máximo, passagens bíblicas e minutas de golpe – eclético, chegou a indicar a seguidores as obras de Churchill, Brilhante Ustra e Olavo de Carvalho.
É o aluno que não lê; quando lê, não entende; quando entende, não avalia criticamente ou forma opinião. O resultado do retrocesso está aí: quem ousa pensar está sendo cancelado por gente com menos de uma migalha do talento do pensador. Na lixeira ou nas nuvens, decorando estantes ou cabulando penas, o livro continua sendo uma “felicidade clandestina” para poucos que ainda insistem em ouvir, falar e ver.
Enfim... Restam algumas teses:
Uma nação se faz com criaturas humanas e seus saberes. A leitura é salutar na formação do pensamento. Competência e poder de persuasão se constroem com leitura, escrita e intuição. Viva as habilidades de articulação de ideias e interpretação e análise crítica de textos!
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