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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

domingo, 14 de abril de 2024

A politização da fé.


 O domínio católico ainda é presente no Brasil e na América Latina, mas ele vem se reduzindo. Enquanto isso, é crescente a ascensão evangélica e a simbiose com a política. Há um alinhamento do segmento evangélico com a direita radical. Ao que indica, as pautas de costumes, como legalização do aborto e descriminalização das drogas, são as que mais mobilizam os evangélicos lá e cá.

Cada vez mais há uma instrumentalização da fé, usada em campanhas eleitorais como acessório de algo maior: a cooperação internacional da extrema direita. Os evangélicos perceberam que têm força política e foram, aos poucos, aprimorando essa atuação. Mesmo com divergências internas, conseguiram passar uma imagem de coesão a nível nacional.

Nos EUA, Joe Biden é rejeitado por 86% dos brancos evangélicos, ante reprovação de 62% na análise geral da população. Já Lula tem 62% de reprovação (16 pontos a mais do que a média total = 46%).

Esse resultado alerta ao governo a necessidade de atrair essa fatia da população. O PT estava acostumado com um mundo evangélico menor e menos articulado nos primeiros governos. Agora, está apanhando muito por não conseguir fazer essa política. Por isso o Planalto vai lançar a campanha “Fé no Brasil”, com o objetivo de divulgar feitos da gestão petista. O evangélico é evangélico, mas também é morador de periferia, pobre, mulher. Políticas públicas que atinjam esse público por essas vias, sem ser pela questão religiosa, tendem a impactar essa parcela a aprovar mais o governo. Mas, o PT tem que entender que só isso não vai resolver.

Enfim, na arena evangélica, a esquerda é um problema no campo dos valores e da economia. E ainda tem o novo fenômeno dos novos atores que estão nas comunidades e atuam como comunicadores, geralmente pautados por valores conservadores (eles levam a percepção de que a vida não melhorou, de que os evangélicos são perseguidos e o medo da violência). Esses intermediários locais não estão só nas igrejas, mas também em espaços onde congregam e constroem a política no território (são propensos a se informarem por grupos de mensagens ligados à igreja). É preciso lidar com eles e construir contrapontos. 

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