Jovens quilombolas aprovados no Sisu: uma luta ancestral por direitos!
A Lei de Cotas reservava vagas para pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência nas universidades. Mas, agora com Lula, ela vai além e também inclui quilombolas. A política afirmativa entrou em vigor no Sisu deste ano de 2024 e permitiu o ingresso de mais de 2 mil estudantes remanescentes de quilombos.
As universidades da Bahia – estado com maior quantidade de localidades quilombolas – são as que têm o número mais elevado de cotistas, com 315 estudantes. Os cursos com maior número de aprovados foram: Administração (93), Direito (92) e Medicina (92), que estão entre as graduações mais concorridas do país nas instituições públicas. As comunidades quilombolas, como os povos indígenas, têm uma relação muito orgânica entre seus indivíduos. Muitos vão buscar o ensino superior não por benefício particular, mas coletivo. Uma pessoa vai fazer Medicina e passará a olhar as doenças daquela comunidade com olhar específico, diferente de alguém sem vinculação com aquelas comunidades.
Para se enquadrar na vaga, os candidatos precisaram preencher uma autodeclaração de pertencimento étnico, com a assinatura de três lideranças da comunidade, além de apresentar uma certidão da Fundação Cultural Palmares com o reconhecimento oficial do quilombo.
Enfim,
a criação de uma categoria específica para essa parcela da população era
necessária para uma inclusão mais efetiva nas universidades, porque somente a
cota racial não os abarcava. A imagem da pessoa quilombola estava associada a
aspectos pejorativos. Por isso, ela não tinha essa disposição de se assumir
como tal. Para além do benefício direto do indivíduo, outras tantas comunidades
poderão se assumir quilombola com base na garantia desse direito.
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