Se o Brasil não se prevenir, pode se tornar um Equador.
Quando olhamos para a situação do Equador entendemos melhor os muitos planos nefastos de Bolsonaro e da extrema direita no Brasil. O pacto do inelegível com as milícias naturalizava sua presença na política, no Estado e na sociedade.
A liberdade para o desenvolvimento das organizações criminosas produziu o traficante que vende gás e internet e o miliciano que comercia pó; propiciou intercâmbios, sociedades e guerras entre grupos; infiltrou representantes em parlamentos; estimulou expansões e desenvolvimentos para outras regiões do país; e fomentou a constituição de empresas multinacionais do negócio de armas e drogas. Ao sair: o caos. O convite – sai a Civil, ausente a Militar – para o caos; para a reafirmação de quem manda. Não há vácuo. A narcomilícia à vontade para tocar o terror, destruir ônibus, fechar a Avenida Brasil – interditar o direito de ir e vir. Toque de recolher.
Criminosos toma dinheiro de construtora para liberar obras públicas há mais de décadas. Não raro trabalhadores abandonam canteiros porque, ameaçados pelos senhores do lugar, não têm segurança. A manicure que não atende em casa sem pagar extorsão ao proprietário do pedaço; onde concessionária de serviço público não consegue consertar poste porque não autorizada. Há Estado. O paralelo. Não há direito. Os quarteis estão nos nossos terminais portuários. O Rio Solimões e a fronteira com o Paraguai têm donos. Tem chefão criminoso que comanda os negócios desde o presídio, com boa rede de internet até para fazer clipe.
E nossas instituições, vastas porções estão tomadas. Tem juízes e desembargadores plantonistas disparando liminares para soltar criminosos graúdos. Ora, esses juízes e promotores que estão com os delinquentes não são parte do terrorismo? Tem até cassino, sociedade entre bicheiros e miliciano, funcionando invisível nas quebras do mar.
Diante de tudo isso, o Brasil poder virar Equador? Lá o cidadão anda pelas ruas apressadamente e olhando para os lados... E aqui?
O Estado que entra, age – e tem de sair. Que entra e depois corre; porque, desprovido de meios para permanecer, ousou pisar em área que tem dono. O Estado que admite, em sua ação, não poder ficar. Que reconhece não ser completamente Estado. Que reconhece um estado outro.
Enfim, apostar
forte e rápido na Educação. Na inclusão social. Na cidade inclusiva e
inteligente. Na distribuição de renda, no combate à fome e das desigualdades
sociais e econômicas. No cancelamento da extrema direita. Na vitória sobre o
ódio e as fake news. Para o Brasil não despencar no Equador, temos que fazer
tudo isso e muito mais!
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