Vivemos a era da organização intelectual dos ódios políticos. Ódios que possuem um programa confuso e fantástico, sua retórica é irracional e apolítica. Enfim, cascatas de falsidade.
Uma aparente festa onde metade das pessoas presentes já não fala com a outra metade. O distanciamento é político, não pessoal. Motivo? Adotaram um conjunto diferente de ideias, não somente xenofóbicas e paranoicas, mas abertamente autoritárias.
Saberemos do verdadeiro ou falso teor democrático de um partido quando ele vence e passa a governar. Se for falso, teremos:
- o radicalismo logo fica óbvio;
- ele viola a Constituição;
- indica de forma inadequada novos
juízes para o Tribunal Constitucional;
- usa alguma estratégia igualmente
inconstitucional na tentativa de dominar a Suprema Corte e criar uma lei para
punir juízes cujos vereditos contrariem as políticas governamentais;
- passa a tentar controlar a emissora
estatal de TV, demitindo apresentadores populares e repórteres experientes.
Seus substitutos, recrutados na mídia on-line de extrema direita, começaram a
promover propaganda nitidamente pró-partido, salpicada de mentiras facilmente
reveláveis, à custa dos contribuintes.
-
As instituições estatais são outro alvo. Demite milhares de servidores
públicos, substituindo-os por membros do partido ou seus primos e outros
familiares.
- Demite, também, generais do Exército
com anos de dispendioso treinamento em academias ocidentais.
- Demite diplomatas com experiência e
habilidades linguísticas.
- Uma a uma, vai destruindo também as
instituições culturais.
- “Ninguém se preocupa muito em manter falsas aparências. O
objetivo das mudanças não é fazer com
que o governo funcione melhor. É torná-lo mais partidário, com os tribunais
mais influenciáveis e obedientes ao partido”.
- Não tem mandato para isso: é eleito
com uma margem de votos que lhe permite governar, mas não modificar a
Constituição.
- a fim de justificar a desobediência às
leis, o partido deixa de usar argumentos políticos comuns e começa a
identificar inimigos existenciais.
- O governo obtém notoriedade internacional
ao adotar uma lei exótica, tipo, restringindo o debate público sobre o Holocausto.
E goza de amplo apoio entre a base ideológica do partido: os jornalistas, escritores
e pensadores, até isso tem.
-
o partido fascista também usa a estratégia de se envolver em uma fútil disputa
com outro governo, um argumento que pareceu projetado para apelar tanto aos
irritados eleitores nacionalistas de um lado quanto aos irritados eleitores
nacionalistas do outro.
- Os piores se matam. E vão sempre
surgindo piores.
- Após um breve período atacando os imigrantes
o partido foca sua ira nos homossexuais (a Igreja é estimulada a ir no mesmo
caminho, deixando de ser neutra e um símbolo apolítico de unidade nacional),
capaz de fazer um sermão “descrevendo os homossexuais como “praga”
multicolorida que substituiu a “praga vermelha” do comunismo (é podre discurso
de ódio).
- São pessoas que se afastaram dos
próprios filhos em virtude de suas ideologias políticas. Em certos casos, o
afastamento é profundo. É tão fundo e forte que são capazes de se comprometerem
com um partido político cuja agenda é abertamente homofóbica, mesmo tendo um
filho homossexual.
- é típico: essas divisões ocorrem tanto entre famílias quanto entre grupos de amigos. Inventam detalhes sobre você ou sua família a fim de te fazer parecer sinistro.
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