“A extrema direita se apropria dos avanços tecnológicos e das guerras culturais e nos impuseram derrotas políticas e eleitorais graças á aliança com os interesses econômicos das elites financeiras e agrárias e com os neopentocostais. Para enfrentar os desafios da próxima década, o PT e as esquerdas necessitam de renovação a fim de lidarem com essa nova conjuntura, condição para serem instrumentos da mobilização que garanta base parlamentar e apoio social para as reformas necessárias” (José Dirceu).
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nossa capacidade de mobilizar a sociedade tem
limites nos partidos e na direita
conservadora;
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o PT e as esquerdas precisam mudar a correlação de
forças no Congresso e na disputa eleitoral,
política e cultural para lidar com a nova conjuntura;
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a esquerda voltou ao governo, mas em condições de minoria na Câmara e no
Senado. Desafio: como governar e retomar o fio da história do desenvolvimento sem unidade nacional ou sem uma aliança entre a esquerda
e setores empresariais?
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a condição está em nossa capacidade de construir um bloco social que impulsione
reformas que viabilizem desenvolvimento com distribuição de renda;
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vivemos um momento de hegemonia internacional da extrema direita e do
conservadorismo, consequência da globalização financeira e da desregulamentação
do capitalismo, que causaram o desmonte dos estados de bem-estar social.
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A esquerda, sozinha, não tem maioria para fazer reformas estruturais. Também
não consegue, sozinha, construir um projeto nacional de desenvolvimento que
resolva os pontos de estrangulamento do crescimento (os juros e a concentração
de renda, realimentados pela estrutura tributária baseada no consumo e na
produção).
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As bancadas conservadoras, de direita e dos bancos, bloqueiam os instrumentos
que poderiam superar os impasses nacionais: baixa
poupança, investimento e produtividade.
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Revelada na pandemia e na Guerra da Ucrânia, nossa dependência em chips,
fertilizantes, agrotóxicos, fármacos e produtos químicos é quase total. O
Brasil pode e deve superar essa dependência, que é de interesse nacional, não
só da esquerda.
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Extrema direita: hoje ela governa a Itália, Holanda, Suécia; é uma alternativa
na França; consolida-se na Polônia e na Hungria; pode retomar o governo dos
EUA; é ameaça na Alemanha; e, derrotada no Brasil, acaba de vencer na Argentina.
- retomar o caminho do desenvolvimento implica assumir nosso papel na América do Sul e no mundo, e criar as condições para uma revolução social com unidade nacional.
“O Brasil precisa fazer 100 anos em 10.
Com educação e inovação, reforma tributária que inverta a concentradora estrutura
de impostos, redução dos juros, uma reforma político-institucional e a
redefinição do papel do Estado. Precisamos também recuperar nossa soberania na
política de desenvolvimento. É um equívoco histórico o pressuposto de que o
Brasil pode resolver seus problemas ou via austeridade ou apoiado na agregação
de valor da agricultura e da mineração, associada com a negação do Estado e das políticas industriais. As
consequências são conhecidas: crescimento que beneficia as elites e pobreza com
perda da soberania nacional” (José Dirceu).
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