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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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sábado, 16 de dezembro de 2023

A hidra de três cabeças.

Da hegemonia do Executivo para o Legislativo.

A hegemonia do Executivo durante Bolsonaro agora parece ceder lugar ao amplo consenso entre os Três Poderes. Migramos de um confortável presidencialismo de coalizão, com forte dominância do Executivo, para um regime hiperconsensual.

Embora, a composição da Câmara dos Deputados, impôs a Lula a necessidade de formar coalizões parlamentares para governar e eventualmente sobreviver. O que é traumático, mostrando as deficiências do presidencialismo de coalizão. Alguma dominância do presidente, mas com concessões. Isso mostra que é preciso, sim, haver peso do presidencialismo, baixa polarização política e a assunção de algumas prerrogativas para controlar a execução do Orçamento e a agenda parlamentar.

A relação entre os Poderes jamais é estática. Ela responde a uma combinação dinâmica entre a distribuição de prerrogativas pela Constituição e a forma como o eleitor estabelece maiorias, a cada ciclo eleitoral. Nossa história institucional foi marcada, desde o início, pela dominância do Executivo – vértice do sistema político ou o “poder dos Poderes”. Essa submissão do Legislativo e do Judiciário ficaram latentes durante a ditadura Vargas e militar, que aprofundaram as raízes do nosso hiperpresidencialismo (foram muitos Atos Institucionais e Cartas Constitucionais, feitas sob medida do presidente de plantão).

Veja a crise ou Ditadura Militar de 1964. Ela colocou em xeque a operacionalidade do modelo. Para muitos, a inexistência de uma terceira força constitucional, capaz de arbitrar os conflitos entre Executivo e Legislativo, abriu espaço para a intervenção dos militares. Legislativo controlado pelo Centrão que, em 2013, impeachmou Dilma.

Enfim, os Três Poderes têm se demonstrado eficiente para conter o assalto autoritário pelo qual passamos. Entretanto, esse hiperconsensualismo impõe elevados custos à governabilidade, assim como à implementação de reformas indispensáveis à promoção de um ciclo virtuoso e inclusivo de desenvolvimento.

O drama é que, sem uma substantiva melhoria do bem-estar da população, novos oportunistas estarão à espreita para assaltar nossas instituições.

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