- a ideia de
democracia é uma ideia que ganha configuração no Ocidente. Ela é uma invenção
Ocidental. Não é uma ideia oriental, asiática, do ponto de vista de ação
política pública.
- a China adota
uma prática confucionista, na qual é forte a noção de dever na tradição, e a
lógica do indivíduo está conectada ao imediato da família.
- na Índia, em
que vigora a noção de casta, a possibilidade de pensar a democracia alcança
menos valor do que teve a independência. O que existe na prática é um país que
conserva, ainda hoje, a organização por castas.
- Nem no seu
próprio berço, no século V a.C., a democracia era valorizada como o foi depois.
Por exemplo, para o filósofo Platão, a democracia era algo a ser evitado.
- No mundo
romano até a República, a noção de democracia não ganha espaço, não se impõe.
Patrícios e plebeus convivem, mas a noção de classe é mais forte: classe dos
cavaleiros, dos seniores, dos juniores, e assim por diante.
- No mundo
medieval no Ocidente, a noção de democracia evidentemente não viria à tona
porque o que predomina é uma autocracia religiosa em grande parte e uma
soberania que começará a ser ameaçada quando desponta o mundo do Renascimento,
aquilo que se chamava de monarquia esclarecida.
- É a modernidade que vai trazer a democracia como
possibilidade de um valor do indivíduo. Porém, é só a segunda metade do século
XX que vai colocá-la como o horizonte e trazer a sua valorização.
- o que ainda é
valioso lembrar sobre a democracia no Brasil? Os movimentos sociais, que contra
a carestia, pela terra, entre outros. Vemos que o debate sobre propriedade no
Brasil continua sendo feito só pelo MST, que ainda é um remanescente das
discussões dos anos de 1960 e 1970 da Igreja Católica no Brasil. Os movimentos
sociais trouxeram a necessidade de uma presença da democracia como igualdade de
participação.
- e a boa discussão hoje no campo democrático não é só a corrupção, mas a apuração. A informação sobre a corrupção, a indignação em vários níveis e, especialmente, a possibilidade de iluminá-la. A democracia, felizmente, se tornou um valor a ser protegido.
Enfim, isso significa o quê? Que estamos perdidos? Não, apenas é outro processo histórico. A democracia precisa ser universalizada! É preciso olhar o conjunto, analisar a realidade em perspectiva.
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