A pauta ambiental enfrenta dificuldades no Congresso com a bancada ruralista.
Novo plano para Amazônia exigirá dela talento político e capacidade de articulação – interna e externa. O PPCDAm é um instrumento que no passado reduziu de forma vertiginosa a destruição na região, e agora ele volta repaginado em sua 5ª edição. Ele tem como meta o desmatamento zero até 2030 (compromisso assumido pelo Brasil em todos os foros internacionais). Ele é agora a principal ferramenta de monitoramento e planejamento para proteger a Amazônia, numa versão mais ampla, com a definição de obrigações para além do Ministério do Meio Ambiente. Também estarão envolvidos na preservação da região a Casa Civil, as pastas da Agricultura, da Indústria, da Defesa, do Desenvolvimento Agrário e da Justiça e Segurança Pública.
A Amazônia é nossa, e do mundo! Sua retomada pelo Estado (e não o mercado), bem como o controle da devastação noutros biomas, implicará muitos choques políticos com os grupos que se beneficiaram do descaso com a região no governo passado. De 2004 a 2014, o desmatamento na Amazônia Legal caiu 80%, para 5.012 quilômetros quadrados. Lula e Marina precisam lidar com a herança bolsonarista, que legou um crescimento da devastação na faixa dos 70%.
Caberá à Ministra Marina ter a capacidade política de articular a conciliação de todos esses interesses para conter a destruição do patrimônio ambiental. Afinal, a credibilidade internacional do Brasil está atrelada à capacidade de preservá-la.
Enfim, tomara que o
Congresso americano aprove logo a doação feita pela Casa Branca dos US$ 500
milhões ao Fundo Amazônia. E que venha mais apoio externo, pois recursos são
essenciais para enfrentar e derrotar as resistências internas, sobretudo no
Congresso e sua bancada ruralista da bala.
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