É sempre bom lembrar que Lula foi eleito por 51% a 49%, quase empate. Eis o nó da questão.
Esse placar perseguirá Lula enquanto ele não conseguir nas pesquisas de popularidade uma dianteira maior sobre o bolsonarismo – que não morreu nem com os atos terroristas de 8 de janeiro nem diante da revelação de todos os rolos do ex-presidente e sua família.
Prova disso é a crise de articulação política. Além da desarticulação, o cenário político e social de base aliada frágil. Sem a verborragia tóxica de Bolsonaro e a sem-cerimônia de um Ricardo Salles os riscos chamam menos ou mais a atenção? O Congresso e o Judiciário estão mais fáceis? Onde está a eloquência dos protestos dos ativistas? Os fóruns internacionais não precisam mais saber que os direitos dos povos originários e a preservação ambiental estão sob ataque?
Enquanto Lula vem tentando ascender resgatando programas que deram certo, como o de resgate do carro popular, nem a distribuição de ministério têm ajudado muito em sua base. Na oposição, o Congresso se prepara para aprovar o marco temporal, ainda tem a CPI do MST, um eleitorado de centro-direita, ministros que se digladiam em comissões do Legislativo, com um agronegócio ávido.
Enfim, vencemos uma batalha, mas não a
guerra. A luta deve continuar e Lula precisa de coisas fundamentais na arena política e social, entre elas: rendimento
da imagem ou mais popularidade, união da própria equipe, fortalecimento do seu
modelo de coalizão, costura política feita pelos seus, associação com a
realidade, governabilidade, fidelizar bancadas, evitar novas derrotas em pautas
ideológicas ou progressistas e um time palaciano forte.
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