Hoje, o inferno é a realidade – aqui e lá fora.
Lá fora, a desglobalização fragmenta a economia mundial em blocos regionais. A China ingressa em etapa de crescimento mais lento. A pandemia danificou as cadeias produtivas internacionais. Sob o impacto da guerra na Ucrânia, verifica-se persistente inflação de preços de energia e alimentos. Nos EUA, o banco central retomou a política de juros reais positivos. O ciclo econômico global não propicia espaço para a expansão fiscal.
Aqui dentro, o PT sempre governou com um Congresso ideologicamente hostil. Na atual conjuntura, temos um Congresso inclinado à direita. O inferno tornou-se mais quente e sombrio. A desarticulação da base governista nominal no Congresso reflete a ausência de rumo do governo. Vamos lembrar que Lula lançou-se em campanha com uma coalizão aberta ao centro (Alckmin, Marina Silva) e recebeu apoio de um vasto espectro político na disputa do segundo turno (Tebet, MDB, economistas do Plano Real). Criou-se a oportunidade para a formação de uma frente democrática de governo sustentada por um acordo programático. Dela, surgiria uma maioria parlamentar estreita, mas coesa. Nada feito!
A escolha de Lula foi governar com uma frente ampla destituída de consensos programáticos, que se estende até as franjas do bolsonarismo. Lula almeja restaurar as políticas de seus mandatos anteriores e, ao mesmo tempo, colher no Congresso votos suficientes para aprovar as emendas constitucionais que precisa...
... Que o inferno chamado de oposição/mídia não causem incompatibilidade nesses objetivos.
Enfim, que não plantem as sementes de
uma nova crise institucional.
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