A tensão entre o Planalto e o Agro vem aumentando. Primeiro, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, foi desconvidado por organizadores da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), por conta da participação de Jair Bolsonaro. Em retaliação, o Banco do Brasil também retirou patrocínio que daria a Agrishow (achei foi pouco! A demarcação de um limite institucional necessário, pois não faz sentido um banco público patrocinar um evento que serviria de palco político para o verme). Depois veio o convite para que o MST participe do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (“Conselhão”) – comissão montada para auxiliar o Executivo na tomada de políticas públicas.
A Agrishow tem expectativa de movimentar mais de R$ 11 bi. A maior feira de agronegócio da América Latina espera receber 190 mil visitantes pelos estandes de 800 marcas. Enquanto isso, cotado para ser relator da CPI do MST, o deputado Ricardo Salles (PL-SP) já defendeu tratar MST à bala (logo ele, um investigado por favorecimento a madeireiros e por obstruir inquéritos por crimes ambientais).
Por trás das tramoias está a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), nome oficial da bancada ruralista. Aliás, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), leu o requerimento que autoriza a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as ocupações promovidas pelo MST. No início do mês, o movimento chegou a ocupar a sede do Incra em Alagoas, dirigida por um primo de Lira. A CPI surgiu em meio a pressões da bancada ruralista, numa clara tentativa de criminalização do movimento.
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