Mesmo os piores poetas são capazes de produzir, por milagroso acaso, ou porque o escutaram de uma musa embriagada, um verso extraordinário. Leio livros péssimos à procura desse verso redentor. Eventualmente, encontro-o.
Ninguém deveria pedir dinheiro pelos livros, mesmo as pessoas mais necessitadas, por uma questão de respeito pela palavra escrita. É lendo os livros que os devolvemos à vida – porque um livro apenas vive enquanto é lido. De forma semelhante, uma pessoa apenas existe desde que esteja em diálogo com outras. É por isso que a clássica história do último homem na Terra nunca fez, para mim, nenhum sentido. O último homem na Terra já não seria um homem – seria uma assombração.
Os homens deveriam
trocar entre si
livros e rosas.
Enfim, certos livros, somos nós que os
escolhemos. Outros, mais raros, são eles que nos escolhem a nós.
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