Puseram uma estreita camisa de força no Ensino Médio. De um lado, amarrou o ensino integral com ampliação da carga horária e, do outro, um nó de reformulação do currículo com formações específicas.
Com um currículo dividido em 2 blocos, no 1º com matérias básicas, como português e matemática; no 2º com disciplinas de formação técnica, profissional ou programas interdisciplinares para aprofundar o conhecimento. Nos 03 anos, a formação básica ficou com uma carga máxima estipulada em 1.800 horas/aula - que precisam ser o piso alocado para as disciplinas, não o teto, de modo que os alunos recebam a formação básica essencial.
Com a expansão da carga horária, os itinerários formativos acabaram ficando em algumas escolas com uma grande proporção da carga horária. Preocupados com o vestibular, alunos têm protestado com razão. Ainda que bem-intencionada, a estrutura desses itinerários formativos ficou demasiadamente flexível, dando margem ao surgimento até de cursos para fazer brigadeiro.
Enquanto isso, o desempenho dos alunos do 3º ano é sofrível. Está estagnado desde 2001, segundo o Saeb. Os estudantes com nível adequado não passam de 10% em Matemática e de 30% em Português.
Ou seja, é preciso repensar esses itinerários formativos. O técnico não pode se sobrepor ao formativo. O que fizeram com os componentes das Ciências Humanas? O governo federal (MEC) tem de aumentar o apoio aos estados para que prestem mais ajuda aos professores, formados para atuar numa escola distante da necessária para um ensino médio humano, social e crítico, não apenas profissionalizante e técnico. É preciso ainda promover mudanças profundas na formação inicial e reforçar programas de atualização continuada. Um novo currículo é paralelo com a formação continuada de professores e infraestrutura para viabilizá-los.
Enfim, a direita quer que fique como está. A esquerda deseja mudanças, necessárias e urgentes!
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