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São Francisco do Conde, Bahia, Brazil
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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 25 de abril de 2023

Déficit de psicólogos nas escolas.

O reforço necessário.  

A média nas instituições de ensino brasileiras é de 01 profissional para cada 1.910 alunos. Déficit é mais acentuado em colégios públicos e na Região Norte. Assim, o número de psicólogos nas escolas corresponde apenas a 0,05% do total de alunos matriculados. São 24.434 profissionais para 47,4 milhões de alunos dos ensinos infantil, fundamental e médio. 

Isso, apesar de a legislação brasileira obrigar a oferta de profissionais de psicologia e de serviço social nas escolas da rede básica do país desde dezembro de 2019, quando o então presidente JB promulgou a Lei Nº 13.935, que determina a presença de equipes multiprofissionais com serviços de psicologia e serviço social nas redes públicas de educação básica. A norma prevê o desenvolvimento de ações "para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, com a participação da comunidade escolar, atuando na mediação das relações sociais e institucionais". As contratações, via Fundeb, só aconteceram dois anos após a publicação, em dezembro de 2021. Já a efetiva implementação por estados e municípios começou no início de 2022. Esse atraso na adoção da lei e a ausência de psicólogos em escolas implicou em uma volta conturbada dos alunos às aulas presenciais pós-pandemia. A lei já poderia ter sido implementada em 2020, mas houve a Covid, e muitos municípios priorizaram a adaptação ao ensino a distância em detrimento da inserção de psicólogos nas escolas. Na volta presencial, eles deveriam estar presentes para ensinar os professores a lidarem com seus problemas de saúde mental e os dos alunos. Em resposta, o Governo Federal anunciou o investimento de R$ 3,1 bilhões em recursos para estados e municípios incrementarem a infraestrutura das instituições. 

Nota-se que a grande maioria, sobretudo unidades públicas, continua sem os psicólogos para auxílio dos professores e estudantes. Se distribuídos igualitariamente, com um por unidade, o total de psicólogos preenche apenas 13,7% das 18,3 mil escolas públicas e particulares do Brasil. A realidade, no entanto, é marcada pela desigualdade: enquanto uma escola particular pode ter até 10 profissionais dessa área, as públicas têm entre 0 e 1. 


Isso gera o problema da sobrecarga da profissão, que é grande e impede, muitas vezes, a realização de um bom trabalho nos centros de ensino, tornando difícil intervir. A demanda de avaliação de estudantes que não se comportavam como o esperado é grande. Perde também a oportunidade de falar com pais. É um trabalho de assessoramento, mas esse acúmulo causa distanciamento do profissional com a escola, porque é preciso conhecer alunos e professores. E ainda é preciso acompanhar o processo das queixas. 

Aliás, como seria o trabalho desses profissionais nas escolas? Atendimento individual para os estudantes ou apenas auxílio no desenvolvimento de atividades pedagógicas? A área trabalha com o coletivo, em atividades com os professores, alunos e responsáveis. Apesar de não realizarem terapias, como os psicólogos clínicos, os profissionais são responsáveis por acompanhar o ambiente escolar e identificar mudanças no comportamento dos alunos que fogem do normal. 

Na escola, o psicólogo trabalha em atividades mais coletivas e no acompanhamento do processo de cada estudante. Dependendo do caso, é feito encaminhamento do aluno para os centros de atendimento. A terapia é feita fora, não com o psicólogo escolar. 

Enfim, a contratação desses funcionários é urgente por gestores estaduais e municipais. 

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