Mais do que retomar a racionalidade no governo, é preciso também recompor as relações políticas, intersociais, familiares, todos os tecidos nos quais o bolsonarismo se infiltrou e nos quais provocou danos profundos, por ora difíceis de sanar.
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É
a 10ª eleição pós-redemocratização.
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O
PT foi vencedor de 05 disputas presidenciais desde 1989.
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Elegeu
04 governadores e a 2ª maior bancada do Congresso.
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O
PT volta ao Poder após duas profundas crises nos últimos 6 anos: o impeachment
da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016; e a prisão de Lula, em abril de 2018,
pela operação Lava-Jato, seis meses antes da derrota de Fernando Haddad para
Bolsonaro. Solto em novembro do ano seguinte, o ex-presidente retornou de vez à
cena política em março de 2021, quando o STF anulou suas condenações e sua
pré-candidatura ao Planalto foi lançada pelo PT.
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Será
o terceiro mandato de Lula (que foi presidente entre 2003-2010).
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Bolsonaro
foi derrotado, bolsonarismo, não (foram 58,2 milhões de votos no JB ou 48,91%),
apenas 2 milhões a menos que Lula (60,2 milhões ou 50,89%).
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O
petista assumirá um país bem diferente do que recebeu em 2002, com níveis de
pobreza e de circulação de armas em alta, além da perspectiva de avanço da
inflação em um cenário de desarranjo fiscal deixado por Bolsoanro.
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A
parcela de evangélicos na sociedade (30%) se mostrou com a mais resistente a
Lula e à esquerda.
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No
Congresso, terá de lidar com uma ampla bancada de oposição encabeçada pelo PL,
partido de Bolsonaro, que terá 99 deputados e 14 senadores.
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1º
discurso: unificar o país, o resultado reforçou divisões geográficas, combate à
fome como prioridade, combate à desigualdade, a retomada de programa
habitacional, o respeito à democracia, respeito ao STF, a retomada de conselhos
e conferências setoriais, busca de governabilidade, política externa atenta à
América Latina e África, reverter o isolamento internacional do Brasil no
mundo, zerar o desmatamento (a alta do desmatamento nos 3 primeiros anos do
atual governo chega a 73%), atenção à religião dos eleitores (evangélicos
30%)...
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Lula
vai governar num contexto novo para ele: enfrentará uma oposição aguerrida,
organizada e sem problemas de consciência com a falta de escrúpulos (algo que o
PSDB jamais conseguiu ser?);
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Uma
parte dos votos de lula não é da esperança que sua plataforma ou figura
inspiraram, mas da aversão que parte do eleitorado tem a JB
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Vai
governar um país rachado, mais à direita.
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Bozo
continuará liderando quase metade do país em termos de votos. Seu partido, o
PL, tem a maior bancada na Câmara. No Senado, elegeu 20 dos 27 senadores. Tem
força nos canais tradicionais da política e também no arsenal de artilharia
fincada nas redes sociais. Ali o bolsonarismo ainda é hegemônico. Tem ao seu lado
as igrejas evangélicas. O capitão passa agora à posição de estilingue, podendo
apontar os erros do adversário. Na vida real JB será o líder do exército de
antipetistas.
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Lula
3 enfrentará uma orgia fiscal que foi executada neste ano na desesperada
tentativa de Bolsonaro reeleger-se. Logo, se quiser reduzir as taxas de juros e
de inflação, será tentado a aplicar uma política fiscal rigorosa.
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JB
foi abatido, mas o que ele representa precisa ser derrotado – o bolsonarismo.
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