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"Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber" (Art. 205 da Constituição de 1988).

Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

terça-feira, 25 de outubro de 2022

GraphoGame – o “aplicativo milagroso”.

Política educacional atabalhoada

Em mais uma de suas falas transloucadas, Jair Bolsonaro afirmou que detém um aplicativo capaz de alfabetizar a “garotada” em apenas 6 meses.

Vejamos que história é essa.

O GraphoGame é um aplicativo criado por pesquisadores finlandeses e foi adaptado para o Brasil pelo Instituto do Cérebro, da PUC do Rio Grande do Sul. Por enfatizar bastante as relações entre letras e sons – um dos pilares da política de alfabetização do atual governo –, o aplicativo foi anunciado em 2020 com pompa e circunstâncias pelo MEC. Se essa régua inventada por Bolsonaro for a utilizada para avaliar a iniciativa, será fácil concluir que ela é um completo fracasso. Vejamos por quê...

Acontece é que há estudos internacionais mostrando que o aplicativo pode contribuir para aprimorar a compreensão fonética, mas nenhuma pesquisa séria concluiu que isso é capaz de alfabetizar de fato uma criança em 6 meses.

“O aplicativo pode ser uma ferramenta de apoio, mas sozinho não é capaz de alfabetizar. Este não foi e não é o objetivo da inciativa e dos pesquisadores em nenhum momento. Para uma criança ser alfabetizada, ela precisa de instrução sistemática e consistente, de vivências, e, sem dúvida alguma, do apoio da Escola, especialmente de educadores” (fala dos próprios pesquisadores do Instituto do Cérebro).

Ainda não há avaliação feita no Brasil para mensurar o que disse Bolsonaro. Sua fala soa mais ironicamente com o fechamento presencial das escolas no auge da pandemia. De lá para cá colhemos uma queda significativa nos indicadores de alfabetização.

A utilização de jogos como apoio à aprendizagem mais prazerosa encontra fundamentos. Mas, dessa forma como foi trazida por Bolsonaro, operanda como milagre, não dá para creditar. Interesses comerciais ou políticos não podem transformar programas de suporte em receitas simples para problemas complexos. Enfim, em Educação, isso nunca dá certo!

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