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Ø Se eu sou um especialista, então minha especialidade é saber como não ser um especialista ou em saber como acho que especialistas devem ser utilizados. :)



“[...] acho que todo conhecimento deveria estar em uma zona de livre comércio. Seu conhecimento, meu conhecimento, o conhecimento de todo o mundo deveria ser aproveitado. Acho que as pessoas que se recusam a usar o conhecimento de outras pessoas estão cometendo um grande erro. Os que se recusam a partilhar seu conhecimento com outras pessoas estão cometendo um erro ainda maior, porque nós necessitamos disso tudo. Não tenho nenhum problema acerca das ideias que obtive de outras pessoas. Se eu acho que são úteis, eu as vou movendo cuidadosamente e as adoto como minhas” ("O caminho se faz caminhando - conversas sobre educação e mudança social", Paulo Freire e Myles Horton: p. 219).

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segunda-feira, 17 de outubro de 2022

A tal da Honestidade...

 Guerra de Narrativas

“Truques e traições são práticas de tolos que não têm raciocínio suficiente para serem honestos”

(Benjamin Franklin).

Não há outro caminho para o progresso civilizatório senão pela honestidade. Mas, quantas vezes assistimos a ilusões coletivas sem qualquer embasamento, lideradas por mestres do sofisma e da manipulação? Coletividades inteiras se submetendo a promessas vazias ou embarcando em desonestidades bem construídas? Como isso é possível?

Ora, “Guerra de Narrativas” é isso – são atos carimbados automaticamente como falsos ou verdadeiros a partir de visões ideológicas. Ela acontece quando se retira da realidade sua honestidade. Então guerra de narrativas é uma realidade desonesta onde impera o conflito dos signos.

Essa tal honestidade esquecida, perdida ou assassinada é um valor e uma arte. Sendo arte, logo é um aprendizado adquirido por meio do circuito de causa e efeito. E depois ela vive ou morre em qualquer decisão que tomamos, pois consciente ou inconscientemente, pesamos o que cada escolha nos trará usando a experiência e a capacidade de abstração.

Então, sejamos honestos:

1.     Desonestidade é mentira e tem perna curta;

2.     Ela dá um enorme trabalho;

3.     É uma visão de curto prazo;

4.     É apostar na falta de consequência. Você faz uma, depois tenta duas, três...

5.     Não mira uma construção civilizatória, nem busca a credibilidade, verdadeiros ativos de um trabalho consistente;

6.     A credibilidade é o ativo, e a honestidade o valor por trás dele. A palavra de honra – ou a honra da palavra.

7.     Uma antiga e sofisticada forma de desonestidade no coletivo: a retórica manipuladora, a criação de uma grande onda de reações automáticas a partir de moralismos rasteiros. Temas são relativizados, mas numa proporção irresponsável.

8.     Ela tem perdas e ganhos, por isso, num primeiro momento ou em algumas ocasiões, se torna uma opção difícil e dolorosa para o indivíduo. E pode custar caro em termos de coletividades.

9.     É guia para que homens e grupos não se percam num emaranhado de mentiras, de sofismas, de falso altruísmo.

10.  Não encontraremos honestidade em homens sem princípios nem espinha dorsal, dispostos a qualquer ato para manter o poder e privilégios. Assim é o cardápio bolsonarista de incivilidade que contém ativos poderosos, por perversos: o ódio como propulsor da ideologia, o escracho como forma de diálogo, a violência como meio de comunicação, a manipulação política da fé.

É natural que grandes condutores da vida pública (políticos, empresários, personalidades) mantenham determinadas posturas defensivas e sigam estratégias. No entanto, a honestidade precisa ser a bússola do longo prazo, pesando com um cuidado extremo a relação com a realidade do coletivo. Quando somos honestos, enfrentamos o real e somos, ao mesmo tempo, limitados e estruturados por essa realidade.

Enfim, honestidade é um grande presente. Logo, não espere recebê-lo de gente pequena e apressada demais. Assim, o que é mais automático, mais atraente, mais imediatamente agradável pode não ser exatamente o mais honesto. Pode haver aí uma falsa segurança. Por exemplo, uma das instruções de Pablo Marçal, deputado federal do PROS, coach particular de Bolsonaro, dirigiu no off a seguinte instrução a influenciadores e devotos do presidente: “Este não é o momento para ficar olhando para moral... Não é melhor nesses próximos 15 dias todo mundo suspender a própria reputação para defender esta nação? Colocar sua reputação um pouquinho de lado?”. Ora, não há honestidade na política? Pelo menos na bolsonarista, não! Se é que ela pode ser chamada de política.

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