Guerra de Narrativas
“Truques
e traições são práticas de tolos que não têm raciocínio suficiente para serem honestos”
(Benjamin Franklin).
Ora, “Guerra de Narrativas” é isso – são atos carimbados automaticamente como falsos ou verdadeiros a partir de visões ideológicas. Ela acontece quando se retira da realidade sua honestidade. Então guerra de narrativas é uma realidade desonesta onde impera o conflito dos signos.
Essa tal honestidade esquecida, perdida ou assassinada é um valor e uma arte. Sendo arte, logo é um aprendizado adquirido por meio do circuito de causa e efeito. E depois ela vive ou morre em qualquer decisão que tomamos, pois consciente ou inconscientemente, pesamos o que cada escolha nos trará usando a experiência e a capacidade de abstração.
Então, sejamos honestos:
1. Desonestidade é
mentira e tem perna curta;
2. Ela dá um enorme
trabalho;
3. É uma visão de
curto prazo;
4. É apostar na
falta de consequência. Você faz uma, depois tenta duas, três...
5. Não mira uma
construção civilizatória, nem busca a credibilidade, verdadeiros ativos de um
trabalho consistente;
6. A credibilidade
é o ativo, e a honestidade o valor por trás dele. A palavra de honra – ou a
honra da palavra.
7. Uma antiga e
sofisticada forma de desonestidade no coletivo: a retórica manipuladora, a
criação de uma grande onda de reações automáticas a partir de moralismos rasteiros.
Temas são relativizados, mas numa proporção irresponsável.
8. Ela tem perdas e
ganhos, por isso, num primeiro momento ou em algumas ocasiões, se torna uma
opção difícil e dolorosa para o indivíduo. E pode custar caro em termos de
coletividades.
9. É guia para que
homens e grupos não se percam num emaranhado de mentiras, de sofismas, de falso
altruísmo.
10. Não encontraremos honestidade em homens sem princípios nem espinha dorsal, dispostos a qualquer ato para manter o poder e privilégios. Assim é o cardápio bolsonarista de incivilidade que contém ativos poderosos, por perversos: o ódio como propulsor da ideologia, o escracho como forma de diálogo, a violência como meio de comunicação, a manipulação política da fé.
É natural que grandes condutores da vida pública (políticos, empresários, personalidades) mantenham determinadas posturas defensivas e sigam estratégias. No entanto, a honestidade precisa ser a bússola do longo prazo, pesando com um cuidado extremo a relação com a realidade do coletivo. Quando somos honestos, enfrentamos o real e somos, ao mesmo tempo, limitados e estruturados por essa realidade.
Enfim, honestidade é um grande presente. Logo, não espere recebê-lo de gente pequena e apressada demais. Assim, o que é mais automático, mais atraente, mais imediatamente agradável pode não ser exatamente o mais honesto. Pode haver aí uma falsa segurança. Por exemplo, uma das instruções de Pablo Marçal, deputado federal do PROS, coach particular de Bolsonaro, dirigiu no off a seguinte instrução a influenciadores e devotos do presidente: “Este não é o momento para ficar olhando para moral... Não é melhor nesses próximos 15 dias todo mundo suspender a própria reputação para defender esta nação? Colocar sua reputação um pouquinho de lado?”. Ora, não há honestidade na política? Pelo menos na bolsonarista, não! Se é que ela pode ser chamada de política.
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